Em entrevista à Inforpress, em Tarrafal de São Nicolau, Cabral disse que o produto turístico tem sido “reduzido” somente às falésias, pelo que somente 10 por cento da imagem da região está a ser vendida turisticamente.
Segundo Cabral, do interesse histórico, científico, cultural e o papel imaginário “ninguém fala”.
“Estamos a reduzir Carbeirinho somente a esta falésia, sendo assim não é uma maravilha”, lamenta.
“Temos rochas bonitas idênticas em Cabo Verde com igual ou maior potencialidade”, disse.
O investigador recorda que esteve envolvido no processo de recolha para fundamentar Carbeirinho como uma das “7 Maravilhas de Cabo Verde”.
Os aspectos que pesaram significativamente para a sua escolha, indicou, foram a beleza cénica, a história, o papel imaginário inserido na população local, o interesse científico, o potencial de inserção no circuito turístico nacional e a acessibilidade.
Entretanto, “apenas a beleza cénica tem sido explorada” sublinha, lembrando que toda a região preenche um potencial para o eco-turismo, turismo cultural, de cetáceos e de mergulho.
Bem perto de Carbeirinho existe a Baía de Angola “que poucos conhecem”, uma floresta localizada bem ao lado da aridez da paisagem com precipitação oculta, um vulcão extinto, uma praia para desova de tartaruga, uma gruta, que serve de berçário para peixes, que há cem anos pescadores de Santo Antão utilizavam para dormir e secar peixe, uma enseada que serve de zona de alimentação para a tartaruga verde.
Cabral destaca, igualmente, aspectos histórico-culturais, indicando a Praia Branca, terra natal de Paulino Vieira, de Zeferino Armando, entre outras referências.
O investigador José Cabral defende a exploração com a integração de todo o potencial turístico que a imagem de Carbeirinho oferece, para que o destino seja vendido “como deve ser” e assim incrementar o turismo em São Nicolau.