“Já escrevi alguns contos para participar em colectâneas, mas este é o meu primeiro livro de contos”, explica a escritora.
Nesta obra, Vera Duarte juntou seis contos, onde fala de temáticas diversas da vida em sociedade como a pedofilia, machismo, emancipação das mulheres e outros temas. “Contos Crepusculares-Metamorfoses, porque de alguma forma em cada um dos contos há situações que levam alguns personagens a ficarem muito confusos sobre o que eles são realmente”.
“Esses contos, além de abordarem temas que me parece serem interessantes para a nossa vida em sociedade, mas também abordo-os utilizando um bocadinho do estilo realismo fantástico que ajuda a atrair o gosto pela leitura e pelas estórias. Faço muita fabulação ao longo do enredo de cada conto”, revela.
Vera Duarte conta que são temas sobre os quais tem vindo a reflectir e a trabalhar ao longo da sua vida, com actualizações e novas nuances. “São temas que desde sempre me provocam estórias. Penso muito na juventude, quando escrevo. É qualquer coisa que está inerente, quando estou a escrever dialogo muito com os meus personagens ou com os sentimentos que expresso na minha escrita”.
Por isso disse que gostaria ser lida sobretudo pela juventude, “gosto de ser lida por toda a gente, claro, mas gostaria muito de despertar curiosidade e ajudar a criar o gosto pela leitura na juventude”.
A apresentação da obra será esta quinta-feira, às 17 horas, na Biblioteca Nacional e, estará a cargo da Maria Augusta Évora Tavares Teixeira (Mana Guta) e Graça Sanches.
Vera Duarte estreou-se com a obra poética Amanhã Amadrugada (poesia, 1993), a que se seguiram O Arquipélago da Paixão (poesia, 2001, Prix Tchicaya U Tam’si de poésie africaine), A Candidata (ficção, 2004, prémio Sonangol de Literatura), Preces e Súplicas ou os Cânticos da Desesperança (poesia, 2005), Construindo a Utopia (ensaio, 2007), A Palavra e os Dias (crónicas, 2013) e A Matriarca – Uma Estória de Mestiçagens (romance, 2017).
Vera Duarte é Juíza Desembargadora, membro das Academias Cabo-verdiana de Letras, de Ciências de Lisboa, Gloriense de Letras, Virtual de Poetas de Língua Portuguesa.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 998 de 13 de Janeiro de 2021.