Com o objectivo de levar a arte a vários pontos do país “Viagens nas Tintas”, pretende despertar nas pessoas o gosto pela arte.
Santo Antão foi a primeira ilha a receber o projecto que já está em vários pontos do país. Segundo Joaquim Semedo, o seu objectivo é levar a pintura a todos os cantos do arquipélago.
Na Terra Branca, num dos pontos mais estratégicos do bairro, o artista plástico homenageou Cesária Évora, Pantera, Mayra Andrade, Lura, Jorge Neto, Sara Tavares, Katcház, Vadú, Nha Nácia Gomi, Nha Balila, Luís Morais e Bana.
Joaquim Semedo explica que nesse espaço há muita circulação de pessoas pelo que, com esse projecto, o espaço passou a ter outra dinâmica.
“Com estas pinturas, as pessoas podem relaxar a mente enquanto esperam pelo autocarro e isso é bom. Por outro lado, começam a valorizar a arte de uma outra forma”, acrescenta.
O artista conta que no início o objectivo era pintar 30 a 40 artistas, mas que sentiu a necessidade de retratar mais músicos. “Se calhar vamos atingir 60 artistas ou mais. As pessoas estão a pedir mais e a dar sugestões de como é que querem ver os seus artistas no mural. Há artistas que pintei num sítio e que as pessoas pediram para colocar em outro espaço de destaque. Isso é bom porque mostra que as pessoas estão a ter um certo interesse pela arte”.
“Quando comecei a pintura na Terra Branca não sabia que teria tanto destaque. As pessoas estão a fazer fotografias lá. Se calhar ninguém tinha pensado antes que aquele lugar era estratégico e que valia a pena fazer algo do género e está a ser uma coisa muito boa”, conta Joaquim Semedo.
O projecto teve início em 2018 e desde então o artista plástico confessa que não pára de receber solicitações para levar esta iniciativa a outros sítios.
“Viagens nas Tintas a céu aberto”
Conforme o artista plástico, com a pandemia teve que reflectir melhor sobre esse projecto e, daí ter criado a escola “Viagens nas Tintas a céu aberto”, que conta neste momento com dez alunos.
“Enquanto estou lá a produzir na parede eles fazem a mesma imagem. Neste momento tenho dez alunos e há mais pessoas a entrar”, frisa.
Por outro lado, conta que com a pandemia teve muitas dificuldades em levar o projecto para fora do país, mas “quando isso se normalizar vou retomar a internacionalização, porque é isso que é o objectivo das Viagens nas Tintas”.
Joaquim Semedo revela que este projecto mudou muita coisa na sua vida. “Passei a ter mais visibilidade, as pessoas passam a conhecer-me mais e tenho tido cada vez mais trabalho”.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1010 de 7 de Abril de 2021.