“Em reconhecimento pelo excepcional contributo prestado para a afirmação e expansão da Cultura cabo-verdiana, promovendo o conhecimento de Cabo Verde, a sua história e seus valores, tanto a nível nacional como no estrangeiro”, lê-se no despacho do gabinete do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, publicado na segunda-feira, atribuindo este galardão a João Lopes Filho.
João Lopes Filho nasceu em Ribeira Brava, ilha de São Nicolau, em 1943, e segundo recorda o texto da resolução que atribui a medalha de mérito cultural, em primeiro grau, – que se junta a várias outras distinções e prémios em países de língua portuguesa - , “é o principal investigador de Antropologia e Etnologia no país, sendo um dos mais premiados investigadores” de Cabo Verde.
“Ao longo de 40 anos de escrita publicou mais de três dezenas de títulos no âmbito de ensaios, crónicas e ficção, na sua maioria debruçando-se sobre a temática cabo-verdiana e muitos dos quais utilizados como manuais do ensino superior, para além de cerca de 200 artigos científicos insertos em revistas e jornais. Os textos de João Lopes Filho integram diversas antologias e coletâneas elaboradas em diferentes países”, lê-se ainda no mesmo despacho.
Em Portugal, estudou engenharia Agrária na Escola Agrícola de Santarém, obtendo 20 valores na sua dissertação e formou-se ainda em Administração Geral pela Universidade Técnica de Lisboa. Na mesma universidade, formou-se também em Ciências Antropológicas e Etnológicas, bem como em Ciências Sociais e Políticas e obteve depois o grau de Doutor em Antropologia, com especialidade em Etnologia, tendo complementarmente feito a sua agregação, com especialidade em Estudos africanos, na mesma universidade.
Como investigador, integra o Centro de Estudos de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa, o Centro de Estudos Africanos da Universidade de Lisboa e o Centro de Estudos das Migrações da Universidade Aberta, em Lisboa.
João Lopes Filho é ainda fundador e presidente da Fundação João Lopes - nome do seu pai e dedicada à Cultura, Ciência e Arte - e, igualmente, membro fundador da Academia Cabo-verdiana de Letras, da Academia de Ciências e Humanidades de Cabo Verde, da Sociedade Cabo-verdiana de Autores e do Pen Club de Cabo Verde.
“Homem dedicado à investigação e ao conhecimento, um grande estudioso da cultura cabo-verdiana, rigoroso e exigente, muito competente e respeitoso, reservado, extremamente humilde, frontal e de fino trato. Como o próprio diz, tem procurado servir Cabo Verde e o seu povo através da investigação, conhecimento e divulgação. Nunca cruza os braços perante o muito que há a fazer no seu campo de estudo”, acrescenta a resolução do Governo.