Mortos, desalojados e enormes prejuízos. São Vicente vive um dos momentos mais dramáticos da sua história.
Até agora, pelo menos oito pessoas perderam a vida em São Vicente, incluindo quatro crianças, na sequência das chuvas fortes e inundações que atingiram a ilha na madrugada desta segunda-feira. Há doze desalojados os prejuízos materiais estão por contabilizar, mas ninguém duvida que são significativos.
Também em destaque está a entrevista com Durão Barroso, Presidente da GAVI e ex-Presidente da Comissão Europeia.
Num momento em que “o mundo está dorido”, e sabemos de onde saímos mas não para onde vamos, Durão Barroso, Presidente da Aliança Global para as Vacinas (GAVI) e ex-Presidente da Comissão Europeia traça um retrato sem ilusões da actualidade: direito internacional em colapso, multilateralismo em crise e uma revolução sem precedentes que vai determinar o futuro da humanidade. Em entrevista ao Expresso das Ilhas, o ex-líder europeu rejeita, no entanto, o apocalipticismo e defende um optimismo realista ancorado na capacidade histórica da humanidade para se reinventar. Defende ainda a cumplicidade entre democracias e, acima de tudo, a união de todos em torno dos bens públicos globais, bens esses que são um imperativo comum, acima de qualquer divisão.
Na reportagem desta semana trazemos um tema de saúde pública.
Depois da queda das primeiras chuvas, é comum ver, no interior da ilha de Santiago, jovens e crianças a aproveitar os tanques de água usados para a agricultura para se refrescarem e brincarem. Mas este hábito, aparentemente inofensivo, pode representar um sério risco para a saúde. Falamos de esquistossomose, uma doença provocada por parasitas que penetram na pele durante o contacto com água contaminada. Em São Miguel, no município de Calheta de São Miguel, entre Janeiro e Março deste ano, foram confirmados mais de 40 casos, sobretudo em crianças do sexo masculino. Uma doença que se não for tratada atempadamente pode deixar sequelas graves que podem ir de infecções urinárias ou, no extremo, até ao cancro da bexiga.
Também em destaque está a ‘Análise Rápida de Competências Digitais para a Sociedade Civil, Sectores Público e Privado’.
Neste estudo é apresentado um retrato detalhado do estado actual da literacia digital em Cabo Verde, identificando as lacunas de competências, o potencial transformador da economia digital e os principais entraves que impedem o país de avançar para uma plena digitalização. A análise, conduzida com base numa metodologia robusta e alinhada com padrões internacionais, sublinha tanto as oportunidades como os desafios de um sector que pode ser determinante para o crescimento económico e para a redução de desigualdades sociais no arquipélago.
Na Economia o destaque vai para o novo modelo estratégico para mais impacto no desenvolvimento
A arquitectura da ajuda global transformou-se nas últimas duas décadas, com os fluxos financeiros oficiais a aumentar e a beneficiar os países de rendimento baixo – Cabo Verde, apesar de ser considerado país de rendimento médio-alto continua a usufruir do apoio ao desenvolvimento. No entanto, esta mudança tornou a arquitectura de ajuda complexa, fragmentada e com menos recursos concessionais.
Já na Cultura realçamos ‘Eu, pecador, me confesso…’, o novo livro de António Ludgero Correia.
Nesta obra, o autor narra 13 confissões dos pecados e pecadilhos do protagonista Visconde Alípio de Abrolhos, o qual, sublinha o autor, não o faz esperando alcançar absolvição ou o reino dos céus. Apesar de estarmos no mundo da ficção, António Ludgero Correia acentua que “eventuais semelhanças com pecados e pecadores conhecidos, nacionais ou estrangeiros, do presente ou do passado, não serão mera coincidência”, realçando, entretanto, que são pecados e pecadilhos que um crioulo bem colocado pode cometer. Por esta razão António Ludgero Correia ambiciona que o seu novo livro desperte reflexões em muitos espíritos e leve as pessoas a reconsiderarem as suas opções de vida. O lançamento da obra está marcado para o dia 11 de Setembro, na Biblioteca Nacional, na Praia, com apresentação a cargo de Lígia Dias Fonseca.
A ler, igualmente, a opinião de Paulo Veiga em ‘Juventude: Presente Vivo, Futuro em Construção’ e de Adilson Semedo em ‘Do Heroísmo ao Hedonismo’.