Abraão Vicente fez esse anúncio à margem de um workshop de dança que decorre na cidade da Praia. “Hoje temos um encontro entre eu, o Primeiro-ministro e produtores culturais. Vamos ouvir as preocupações do sector, mais uma vez, pois temos estado a ouvir ao longo dos tempos”.
Para Abraão Vicente, se for necessário, de acordo com os dados de vacinação, o Governo está aberto e a trabalhar com foco, para, assim que seja possível, anunciar as novas medidas com maior tranquilidade possível, no que é necessário para gerir a crise que a pandemia trouxe.
“O entendimento que tínhamos é que em Outubro teríamos o alívio das restrições, não no sector da cultura, porque o sector da cultura está aberto, por isso que já houve shows de homenagem à escritora Dina Salústio, concertos da cantora Élida Almeida...”, sublinha.
Conforme disse, há restrições para clubes dançantes e eventos que ultrapassam as 02h00 da manhã, “não vamos estender isso ao sector da cultura no geral. O sector dos eventos é o que está mais prejudicado neste momento”.
Abraão Vicente explicou que foi alargada a abertura do sector para 1 de Dezembro, mas o Primeiro-ministro em conversa com o gabinete de crise está aberto para avaliar a situação.
“Como é óbvio as pessoas estão a ver o que está a passar na campanha, eu compreendo que ao ver as multidões e aglomeração durante os comícios as pessoas se sintam pouco confortáveis com o facto de não poderem realizar as suas actividades económicas, tenho absoluta empatia por isso. É por isso que a pedagogia que se tem que fazer aos cabo-verdianos é que eles percebam que as medidas são do interesse nacional, e que nós decidimos colectivamente no gabinete de crise”, indica.
Em relação a uma publicação do produtor de eventos, Sócrates Sucá que o acusa de nada fazer para o sector da cultura, Abraão Vicente disse que tem apoiado o sector da forma que pode.
“Nós, como Ministério, temos apoiado de forma como podemos o sector da cultura e da produção de eventos. Temos que dizer aqui claramente que a cultura não é produção de eventos, gestão cultural não é organizar uma festa, ultrapassa a simples ideia de financiar os artistas e de repor os danos ou os prejuízos que o sector teve e é por isso que, tendo em conta os critérios sanitários, o Governo decidiu abrir em Dezembro, mas está é uma opção que pode ser avaliada a todo o momento”, frisa.
O governante esclareceu que quem acompanhou a maneira que o Governo de Cabo Verde tem tratado a pandemia sabe que há uma cadeia de decisões. “Quem conhece como se governa um país, sabe que não é o ministro da Cultura que diz que se abre ou fecha a cultura, é uma decisão colectiva, há o gabinete de crise, conselho de ministros, nós argumentamos internamente os motivos e há vários critérios como sanitários, saúde pública e outros que ultrapassam o sector da cultura”.
Por outro lado, disse que o seu cargo está sempre a disposição, “pode ser pedido por um jornalista como foi pedido há cinco anos, ou por vários jornalista ou agentes culturais, não é o que me move estar na política, portanto é com enorme tranquilidade que leio e compreendo as posições individuais de cada um, mas creio que é fundamental que os cabo-verdianos percebam que além dos interesses pessoais de determinados grupos está o interesse de Cabo Verde e da saúde pública”.