A sessão de homenagem ao autor que acontece no novo Campus da Uni-CV, na tarde desta quinta-feira, possui uma programação, com dois painéis. O primeiro terá intervenção da reitora da Universidade de Cabo Verde, Judite Nascimento e haverá leitura de poemas de Arménio Vieira e um olhar sobre a literatura do homenageado.
De seguida, haverá uma conferência, que contará com a conferencista Maria Faria, Fátima Fernandes e intervenção do Presidente da República Jorge Carlos Fonseca. No segundo painel, haverá apresentação da obra do Prémio Camões, que estará a cargo dos editores Filinto Elísio e Márcia Souto.
Para o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, Arménio Vieira terá sido, sem sombra para dúvidas, um poeta intervencionista. “Aliou a sua sensibilidade perante o belo a uma clara assunção de posições em relação a factos da vida da polis”.
“Mas, se é verdade que podemos falar em escrita marcada pela contestação, pela denúncia política e social, sobretudo na poesia anterior a “POEMAS”, na actividade poética de Arménio, não é menos verdade que, em rigor, a sua escrita nunca assumiu uma direcção francamente panfletária.
Mas verifica-se, mesmo em “POEMAS”, alguns sinais, textos, atravessados ainda por uma atitude desafiadora, através de mensagens com algum teor de denúncia («Lisboa-1971»; «Toti Cadabra»; «In the South»)” acrescenta.
Durante a sessão de homenagem, será lançada a mais recente obra de Arménio Vieira. Trata-se de um longo livro de poesias, composto por muitos poemas e alguma prosa poética, que chega ao Brasil no ano em que o autor completa 80 anos, numa parceria internacional entre a Casa Brasileira de Livros (Brasil) e a Rosa de Porcelana Editora (Cabo Verde).
“Safras de um Triste Outono”, conforme a resenha é uma obra densa, intensa e complexa que, claramente fechando um longo ciclo da escrita poética, abre um novo caminho de significações e de mataforizações, assim como outras rotas e itinerâncias.
“O cabo-verdiano “Silvenius”, ancestral e moderno, cada vez mais mundo”. Segundo a Rosa de Porcelana Editora, aos 80 anos, resultante do seu mais recente trabalho, Arménio Vieira traz “Safras de um triste outono”, que é o 61º título do catálogo da editora, “onde temos um poeta maduro, aprimorado pela experiência, pelas leituras dos grandes clássicos e, sobretudo, pela itinerância, esse caminho sendo da sabedoria da Literatura do Mundo”.
Arménio Vieira é poeta, jornalista e ensaísta e membro da Academia Cabo-verdiana de Letras. Foi o primeiro cabo-verdiano a vencer o Prémio Camões em 2009, o mais importante galardão literário da Língua Portuguesa.
Arménio Vieira nasceu na Cidade da Praia, em 1941, foi um elemento activo da geração de 1960, como jornalista colaborou em “SELÓ – folha dos novíssimos”, “Boletim de Cabo Verde”, revista “Vértice” (Coimbra), “Raízes”, “Ponto & Vírgula”, “Fragmentos”, “Sopinha de Alfabeto”, entre outras publicações e foi redactor do extinto jornal “Voz di Povo”.
Além desta obra, Arménio Vieira é autor de outras publicações como “O Eleito do Sol” (1990), “No Inverno” (1999), “O Poema, a Viagem e o Sonho” (2009), “O Brumário” (2013) e “Fantasmas e Fantasias do Brumário” (2014).