Com esse acordo, o Governo retoma assim o projecto de transferência directa das verbas aos grupos para financiamento das actividades recreativas e culturais, que tinha iniciado em 2017, e que foi suspenso em 2020 e 2021 devido à pandemia.
Os três grupos de tabanca que rubricaram os acordos foram de Achada Santo António, da Várzea e de Achada Grande Frente, mas o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, adiantou que o Governo vai assinar acordo de disponibilização de verbas com todos os cerca de 15 grupos das ilhas de Santiago e Maio.
“O objectivo é repor os instrumentos musicais, repor os trajes tradicionais e financiar as festas juninas que normalmente é o pico alto dos desfiles de tabanca”, explicou o governante.
O montante inicial era de 200 mil escudos, entretanto o ministro da Cultura explicou que devido às restrições orçamentais, nesta retoma, os grupos serão beneficiados com 50% do montante, ou seja, 100 mil escudos, devendo a parte do montante previsto no Orçamento de Estado ser destinado à consolidação do dossier de candidatura da tabanca ao património imaterial da humanidade.
“Nós já consolidamos a equipa, já assinei o despacho e nomeei uma equipa técnica de investigação e consolidação. Recuperamos no ano passado a capela da tabanca de Lém Cabral que é um exemplo a nível das tabancas, a nível nacional, daquilo que queremos fazer em todas as tabancas em cada município”, disse.
“Em princípio está previsto para 2023. Nós queremos ter o dossier pronto o mais brevemente possível (…) devo realçar que houve uma tentativa frustrada de tabanca a património da humanidade, em 2005. O que nós estamos a fazer é rever os passos da anterior candidatura e consolidar um caminho de sucesso tal como fizemos com morna”, disse.
Abraão Vicente adiantou que além do financiamento monetário, o projecto de valorização da tabanca empreendeu ao longo dos anos acções diversas nomeadamente em matéria de documentação e salvaguarda.
Da parte dos grupos, o representante do grupo de tabanca de Achada Santo António, Pedro João Carvalho, disse tratar-se de um “montante simbólico”, que ajudará os grupos na realização de algumas actividades.
Na próxima semana, o Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, através do Instituto de Património Cultural, vai proceder à assinatura com outros grupos no município de Ribeira Grande de Santiago, Santa Catarina, Santa Cruz e Maio.