Segundo o presidente do IPC, Hamilton Jair Fernandes que presidiu a este acto, trata-se de projecto que se iniciou antes da COVID-19, em parceria com a FECAD e outras organizações governamentais.
“Esse projecto tem a ver com a acessibilidade aos monumentos históricos em Cabo Verde. Fizemos uma experiência piloto com o Forte Real de São Filipe, na Cidade Velha, onde agora é possível às pessoas portadoras de deficiência, quer motora quer sensorial visitarem a Cidade Velha”, afirma.
Jair Fernandes explicou que o Museu Etnográfico da Praia, será um espaço piloto, para albergar este projecto que traz por si só alguns desafios, na própria museografia do espaço, ou seja, “teremos que ter desde a possibilidade de interpretação braille, até colocação de elevadores para as pessoas portadoras de deficiência motora”.
Conforme indicou, tiveram a preocupação de garantir que as pessoas com necessidades especiais (visuais, auditivas, físicas), tenham acesso à cultura. “A nossa preocupação visa não somente a parte física dessas estruturas, torná-las mais acessíveis, mas a própria interpretação, porque muitas vezes as pessoas que têm uma ou outra deficiência sentem-se um pouco excluídas relactivamente às narrativas históricas que temos aqui em Cabo Verde”.
“Daí a urgência e a necessidade deste projecto, a ideia é a medida que formos mobilizando recursos financeiros, tentar instalar em todas as estruturas museais a nível nacional”, assegura.
Para o presidente da Federação Cabo-verdiana das Associações de Pessoas com Deficiência (FECAD), António Melo este projecto é louvável, primeiro porque prossegue o desiderato constitucional que fala de fruir a cultura para todos.
“Com esse projecto creio que as pessoas com deficiência poderão visitar os museus e participar na vida cultural do país. É mais uma pedra que se põe no edifício da inclusão. porque a inclusão não é apenas a modificação mas tem a ver com o interior de cada pessoa, é sentir-se e fazer-se parte de determinado projecto e de determinada comunidade, estão a prosseguir um desiderato legal e esperamos que venham mais iniciativas desta natureza, para que possamos sentir parte da sociedade cabo-verdiana”, frisa.