Na inauguração do festival, Vera Duarte leu o seu poema-manifesto “Desagregação das ortodoxias”, para evocar as suas lutas em Cabo Verde, utilizando a poesia como “ferramenta” para as mulheres se defenderem do machismo.
“Escrever poesia é uma arte de resistência e emancipação”, disse Vera Duarte, no teatro ao ar livre Carlos Vieco, em Medellín, onde poetas de sete países leram as suas obras perante cerca de 1.500 espectadores.
O festival decorre até 30 de Julho sob o lema “Paz Mundial, Paz com a Natureza”, com 65 poetisas e 65 poetas, que irão participar em 64 actividades em diferentes locais da região.
“A poesia é a síntese da história espiritual da humanidade, do passado profundo da humanidade e é a expressão da luta do presente”, disse o director do festival, Fernando Rendón, na abertura.
Antes da inauguração oficial, o festival, organizado pela Revista Prometheus Poetry e pelo World Poetry Movement, teve uma série de 45 actividades virtuais, de 9 a 22 de Julho.
O encontro poético intercultural, um dos mais importantes do género no mundo, foi declarado património cultural da Colômbia em 2009.
Vera Duarte estreou-se na literatura em 1993, com o livro de poesia “Amanhã Amadrugada”, seguindo-se depois “O arquipélago da paixão” (2001), “Preces e súplicas ou os cânticos da desesperança” (2005), “Exercícios Poéticos Romance” (2010), “A candidata Ensaios” (2003) e “Construindo a utopia” (2007) e “De Risos e Lágrimas” (2018).
“A Candidata”, lançado em 2004 e que recebeu o Prémio Sonangol de Literatura, e “Matriarca – Uma história de Mestiçagens” (2017) são os dois romances da escritora cabo-verdiana, activista dos direitos humanos, que em 1995 recebeu o Prémio Norte-Sul do Conselho da Europa.
Vera Duarte, ex-presidente da Academia Cabo-verdiana de Letras e membro da Academia de Ciências de Lisboa, foi uma das autoras distinguida com o Prémio Literário Guerra Junqueiro Lusofonia em 2021.