Residente em Portugal há vários anos, Tony Fika quer partilhar com os cabo-verdianos a celebração dos seus 15 anos de carreira musical. “Foram 15 anos de muita luta e outras coisas. Estou com quatro álbuns no mercado e 60 e tal músicas lançadas nas plataformas digitais, quase todas a minha autoria”, conta o artista.
O espectáculo de celebração destes seus anos de carreira musical já aconteceu em Lisboa (Portugal), Paris (França) e nos Estados Unidos da América. Agora é a vez de Cabo Verde festejar com o artista esse momento.
“O que posso dizer sobre esses 15 anos de carreira é que cada dia que passa vou tendo mais certeza de que a música é a minha vida, de que é isso que quero fazer, e de que tenho muitas coisas para aprender no mundo da música”, confessa o artista, dizendo que muitas vezes as coisas não correm como se gostaria. Isso leva-nos “às vezes a desistir e outras vezes a avançar”. “São as coisas que me marcaram muito”, nestes anos como músico.
Show
O espectáculo deste sábado, 03 de Dezembro, na Cidade da Praia, em live com a banda, contará com a participação de artistas como Gama, Garry e Titio de Belo Freire.
“Espero que as pessoas estejam lá comigo, para comemorarmos esses 15 anos de muita luta”, desejou.
Depois da celebração dos seus 15 anos de carreira na cidade da Praia, Tony Fika estará no dia 10 de Dezembro, na ilha do Sal, e na Assomada, no dia 17, sendo este o último show de celebração.
Antes, e como referido, o artista tinha realizado espectáculos em Lisboa, no dia 5 deste mês, Paris, a 12, e Estados Unidos da América no dia 19.
Após os espectáculos em Cabo Verde, Tony Fika vai passar o Natal com a sua família e depois, no próximo ano, recarregar baterias para novos projectos. “O próximo trabalho discográfico será composto só por músicas inéditas. Não vão constar os singles que tenho estado a lançar”, avança.
O próximo álbum deverá chegar ao mercado em 2024, prevê.
Carreira
Tony Fika saiu de Cabo Verde muito cedo e começou a dar os primeiros passos no mundo da música em Portugal como forma de ocupar o seu tempo livre.
“Entrei no mundo da música, em Portugal, porque não tinha muitas coisas para fazer no meu tempo livre. Tinha um espaço vazio, pois a minha vida era só trabalhar. Um dia, encontrei algumas pessoas a tocar a música de Cabo Verde nas tocatinas e achei aquilo muito interessante. Então, foi a partir dali que comecei a interessar-me por música”, conta.
Em Cabo Verde, Tony Fika nunca não tinha visto uma tocatina, nem tampouco em Portugal, até aquele momento.
“Despertou a minha atenção para a música, daí tentei ver se conseguia fazer alguma coisa, naquilo que acreditei ser capaz. Hoje estou aqui a comemorar os meus 15 anos de carreira.”
A partir de 2007 entrou na música profissionalmente, e lançou o seu primeiro single. “Tinha um grupo de amigos, fazíamos tocatina, e éramos todos jovens”, recorda.
“Um dos primeiros passos que dei foi cantando funaná. Sempre apostei do funaná, porque estava mais preparado para o fazer, tinha mais facilidade”. Depois veio o kizomba, estilo musical apreciado pelos cabo-verdianos.
“Hoje me sinto à vontade para fazer o funaná e o kizomba”, conta.
Festivais
O artista tem pisado, nos últimos anos, muitos festivais de música em Cabo Verde e conquistado cada vez mais fãs.
Para Tony Fika o segredo para pisar em qualquer festival de música é muito trabalho.
“Desde há cinco anos para cá que tenho estado a participar nos festivais de música, em Cabo Verde, e estou com 15 anos de carreira. Isso quer dizer que houve dez anos que não estive nos festivais”. Acredita que talvez a sua hora ainda não tinha chegado.
Mas, “nem por isso cruzei os braços, fiquei a trabalhar para que as coisas aconteçam. Tive que trabalhar muito para poder merecer estar nos festivais e hoje estou muito contente, porque as pessoas ouvem as minhas músicas. Oque põe os artistas nos festivais é o público”.
Com a música, diz ainda, está a conseguir ser uma pessoa melhor. “Estou a aprender muitas coisas no mundo da música e tenho muitas ainda para aprender. Nós, artistas temos família e muitas vezes temos que estar sempre a andar de um lado para outro. Quando estou fora sinto muita a falta da minha família. Neste caso, é uma forma de valorizarmos mais aquilo que temos, que é a nossa família”.
Depois de pisar o palco do Festival da Gamboa, Tony Fika almeja estar no Festival Baía das Gatas. “Em Cabo Verde um dos palcos que sonhava pisar era o Festival da Gamboa, consegui. E há também o Festival de Baía das Gatas. Seria um bom palco para estar”.
Plataforma digitais
Para o artista tem sido bom lançar os trabalhos nas plataformas digitais. “Antigamente, a música era lançada nos CDs, e era a única forma que as pessoas tinham de ir buscar aquilo que gastaste no teu trabalho. Para ter retorno tinham que vender os CDs. Hoje em dia, não há CDs, mas consegues ter esse retorno com as plataformas digitais. E na plataforma digital consegues ter retorno durante o ano todo”.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1096 de 30 de Novembro de 2022.