Nas ruas do Mindelo, o que não faltou aos grupos espontâneos foi criatividade e durante cerca de hora e meia se pode ver figuras como bonecos dançarinos gigantes retratando a cultura cabo-verdiana, o “protector” dos oceanos, viúva alegre.
Ainda, os mindelenses tentaram vencer o prémio Kakoy até com “corrida”, tendo como árbitro o Governo e como concorrentes, combustível, trigo e educação e um “salário tretaplégico”.
A tortura, homenagem aos artistas e ao Centro Nacional de Artesanato e Design, e aos homens de lama, foram outras das mais de uma dezena de temas criativos trazidos para o centro do Mindelo e que devem dar um certo trabalho para a escolha do júri do prémio.
Conforme justificativa do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, trata-se de um prémio anual que visa reconhecer, valorizar, estimular e reavivar o Carnaval espontâneo, um “elemento diferenciador” do Carnaval mindelense, sobretudo, pela “capacidade criativa e originalidade das pessoas, que no dia do Carnaval se metamorfoseiam e criam objectos ou peças dignas de admiração”.
Segundo a mesma fonte, serão avaliados foliões individuais e grupos de três a dez pessoas no percurso do Carnaval do Mindelo – que se destacam pela criatividade, originalidade, presença, mensagem e reacção do público.
O ministério alertou que não serão contemplados grupos de animação que se inscrevem na Câmara Municipal de São Vicente com o propósito de animar o Carnaval.
A entrega dos prémios será feita hoje, 22, na Rua de Lisboa, às 15:30. Os vencedores receberão, além de um valor monetário, uma estatueta concebida pelo artista plástico Bento Oliveira e elaborada pelo Atelier PIKÁ.
A proposta de atribuição do nome “Kakoy” a este prémio tem por objectivo homenagear Kakoy (Ricardo António Francisco), figura singular do Carnaval mindelense, dos anos 70 e 80, e conhecida por todos pelo seu habitual traje e penteado à índio Apache.