É a primeira vez que um filme com a bandeira de Cabo Verde vence o galardão de “ouro”, naquele que é o maior Festival de cinema e audiovisual de África.
Produzido pela Kori Kaxoru Films e finalizado em Janeiro de 2023, o filme fez a sua mundial neste FESCAPO, a 27 de Fevereiro, após ter sido seleccionado para competição oficial.
“Omi Nobu” foi consagrado o melhor documentário africano, nesta edição do Festival e o prémio foi recebido pelo realizador, Yuri Ceuninck, e pela produtora Natasha Craveiro, em representação da Kori Kaxoru Films.
Este importante prémio junta-se a outros já conquistados pela equipa, nomeadamente o prémio Outstanding Storyteller Award, no Durban FilmMart 2018, na África do Sul, com o filme “The Master’s Plan” (realizado por Yuri Ceuninck). Em 2020, “Dona Mónica” recebeu uma menção especial do júri no Festival Internacional de Cinema Documental de Saint-Louis, no Senegal.
O Projecto “Omi Nobu” tinha também sido seleccionado no Ouaga Film Lab 2020, tendo contado com apoio à sua produção no âmbito dessa premiação.
A estreia de “Omi Nobu” em Cabo Verde será anunciada muito brevemente, segundo informações avançadas pela produtora.
Veja os outros premiados aqui.
Sinopse “Omi Nobu”
Nos anos 80 em Cabo Verde, na ilha de São Nicolau, Ribeira Funda, uma pequena aldeia situada no fundo de um vale rodeado por altas montanhas e um mar turbulento, os habitantes passam por uma série de acontecimentos trágicos. Suas superstições levam-nos a deixar a vila para fugir das forças do mal. Todos partem para se estabelecerem na vizinha Estância de Braz. Todos... excepto um. Apenas um homem ficou:
Quirino da Cruz, 76 anos, foi o único habitante que ficou em Ribeira Funda, “a aldeia fantasma”.
Por quatro décadas, Quirino recusou a ajuda oferecida por seus amigos e autoridades locais para realocá-lo.
Perante estas inicia5vas, insistiu com orgulho que a Ribeira Funda era “a terra do seu nascimento e o túmulo da sua morte”. Sobrevivendo da pesca e da agricultura. Passa seus dias contemplando o oceano e as majestosas montanhas que cercam sua casa. Seus companheiros: um galo; alguns pardais; e uma rádio portátil, a pilhas, do qual ressoam informações do resto do mundo.
Hoje, Quirino, é confrontado com um futuro incerto e com o peso exaus5vo do isolamento, da doença e da velhice. Pela primeira vez em sua vida, começa a crescer a ideia de que ele poderá ter que deixar a única aldeia natal e mudar-se também para Estancia de Braz. Devera tomar a decisão de mudar e adaptar-se ou enfrentar a morte sozinho na terra que o viu nascer.