Hélio Batalha chegou da ilha de São Vicente 10 minutos antes de subir ao palco, conforme explicou, e não teve tempo de coordenar e passar o som com o DJ responsável, porém pensou que este resolveria o problema no decorrer do espectáculo, o que não aconteceu.
O artista sublinhou ainda que há mais de dez anos que não se apresenta em ´playback`, pelo que não considera de bom tom cantar em ´playback` num evento relevante como o AME.
Antes disso, o rapper começou o show com um pedido de um minuto de silêncio em memória dos oito soldados falecidos num acidente na sequência do combate ao incêndio em Serra Malagueta, bem como do técnico florestal, e cantou o tema “Imortal” em homenagem às vítimas.
O show do autor do tema “Sima nu sta nu ca podi fika” ficou marcado, igualmente, por mensagens fortes direccionada às crianças e à juventude cabo-verdiana, tendo vincado, em declarações à imprensa, ser cada vez mais necessário os artistas cabo-verdianos comunicarem com esta juventude, que, a seu ver, carece de “uma voz guiadora”.
O artista homenageou também as mulheres cabo-verdianas, com o tema “Rabidante”, que compôs para a sua mãe.
“Penso que é super necessário, por isso que eu continuo a fazer esta trajectória, esta caminhada informando, enfatizando a emancipação dos jovens cabo-verdianos, reflectir sobre os nossos problemas e o meu trabalho como MC, como artista é isso, é falar sobre a nossa realidade, sobre a nossa juventude, é falar sobre nosso povo”.
“Emocionante e cansativo, eu saí do Mindelo 20:10 e cheguei aqui às 21:30 para subir no palco às 21:40 foi muito complicado e cansativo, mas no fim correu tudo bem, acho que o pessoal gostou do restante da actuação e é isso que importa, valeu a pena”, ressalvou.
Hélio Batalha encerrou o espectáculo “em grande” com o recente hit “Dexam bua” acompanhado da cantora Sónia Sousa e dezenas de crianças que subiram ao palco do AME para abrilhantar mais ainda o show.
A segunda noite da 9ª edição do AME contou também com a actuação de Beny Esguerra que abriu o show, seguido de Carlos Matos, Leo Middea e CSI MA`ATRA.
Thairo Kosta, artista responsável por fechar o espetáculo não actuou porque perdeu completamente a voz e pode vir a ser reintegrado na programação, segundo a organização.
O Atlantic Music Expo 2023 arrancou ao início da noite desta segunda-feira no Auditório Nacional Jorge Barbosa, na cidade da Praia, com acesso gratuito ao público, e prolonga-se até ao dia 13 deste mês.
O cartaz, o mais eclético de sempre, é composto por cerca de 120 artistas e músicos de mais de 15 nacionalidades, com um total de 26 actuações, distribuídas pelos palcos da Pracinha Escola Grande, Praça Luís de Camões, Rua Pedonal e Osteria.