O responsável fez esta declaração durante a última noite do festival de jazz que arrancou na quinta feira, 13, tendo encerrado este sábado, 15, com a actuação dos artistas Lucibela (Cabo Verde), Dee Dee Bridgewater (EUA), ASA (Nigéria) e Doctor Prats (Espanha).
“Retomamos com o festival, temos bom ambiente o público tem gostado, bons artistas, não conseguimos encher a casa como gostaríamos mas esperamos que, de agora em diante, as pessoas possam voltar ao Kriol Jazz Festival em massa”, disse Djô da Silva, referindo que a venda dos bilhetes garante 20 por cento do orçamento do evento e por isso a pouca adesão do público impacta na sustentabilidade do mesmo.
Conforme explicou, o orçamento para a 12ª edição do Kriol Jazz Festival foi menor do que as edições passadas, isto, sublinhou o director da produtora Harmonia, devido à falta de verba disponibilizado pelos parceiros que reclamam dos efeitos “nefastos” na economia deixados pelas crises mundiais.
Djô da Silva reiterou a qualidade do cartaz de artistas divulgado este ano, muito embora com a ausência de quatro artistas, acentuando que para o ano de 2024 “esperam retomar a normalidade” e presentear o público com as diversidades do KJF num orçamento maior.
“O objectivo do Kriol Jazz Festival é trazer grandes artistas, é mistura de várias culturas que se encontram na Cidade da Praia e que fazem amizades e culminam em vários projectos entre eles”, realçou, avançando que a organização já vai trabalhar na próxima edição que acontece habitualmente na segunda semana do mês de Abril.
Mas antes, sem avançar os artistas que constam no cartaz “que já está quase fechado”, aquele responsável lembrou que a ilha do Sal acolhe no dia 7 e 8 de Julho a primeira edição do festival de jazz, este que vem a ser o segundo realizado este ano.
Por sua vez, o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, presente no evento, apontou o Atlantic Music Expo (AME) e o Kriol Jazz Festival como duas marcas da música cabo-verdiana que consolidam a candidatura da Praia à categoria de “cidade música” da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
“Por isso houve este ‘djunta mon’ (parceria) entre a Câmara Municipal com um financiamento muito assinalável ao KJF, do Governo simbolicamente o valor inicial e o Fundo do Turismo que também apoia o AME com um valor absolutamente extraordinário. Objectivo é lançar Cabo Verde através da cultura e consolidar como um destino para que grandes nomes como Dee Dee Bridgewater possam vir” assegurou o ministro.
No seu entender, é fundamental que os produtores e artistas ajudem “a pedir mais verbas ao orçamento do Estado”, sublinhando que é necessário “um pacote simbólico e pujante” para projectar o País através da música.
“O Fundo do Turismo financiou o AME em cerca de oito mil contos, o que é absolutamente extraordinário mais este fundo tem estado a financiar praticamente tudo na cultura, por isso deve ser criada uma outra forma de financiamento” apelou, defendendo que a música é a alma de Cabo Verde reconhecido através da morna, sendo que na sua óptica, estes eventos vão ajudar a projectar o País numa outra dimensão.
O KJF, fruto da parceria entre a produtora Harmonia e a Câmara Municipal da Praia, que desde de 2009 colocou Cabo Verde na rota internacional da World Music, está de volta após três anos de interregno devido ao cenário mundial de “grandes incertezas” causadas pela pandemia.