O acto contará com a presença do Grão-Duque Henri e do Presidente da República, José Maria Neves, que está de visita àquele país europeu.
A obra, explica Severo Delgado, retrata a cultura cabo-verdiana, a forma como vivemos, e o que comemos. “Sodade apresenta uma boa cachupa, uma música que gostamos, saudades de pessoas que já não estão entre nós”.
Para Severo Delgado é um privilégio para um cabo-verdiano poder mostrar o seu trabalho fora do seu país. “Estou muito feliz por ter tido esta oportunidade. “Espero que agora com o título de escultor possa chegar a outros patamares”. O artista vai aproveitar a sua estadia na Europa para realizar uma exposição de pintura.
Antes da sua viagem para Europa, Severo Delgado inaugurou, esta segunda-feira, 22, a exposição de pintura intitulada “Manchas e Conteúdos”, no Palácio da Cultura Ildo Lobo, na Cidade da Praia.
A ideia deste tema é mostrar de uma forma pedagógica ao público aquilo que é arte e dar o meu contributo nesta área.
A exposição, com mais de 30 quadros, onde o artista retrata a música, a dança e uma tela maior com alguns nomes incontornáveis da nossa música, pode ser visitada até o dia 22 de Junho próximo. Severo Delgado é natural de Santo Antão e reside actualmente em São Vicente.
Começou na pintura desde muito cedo, e deu um salto marcante na sua faceta como artista plástico em 1998, com uma exposição na Biblioteca Municipal do Mindelo, a cidade onde concluiu o ensino secundário e frequentou o curso de artes visuais na escola da Universidade M_EIA.
As suas pinceladas estão espalhadas pelas ilhas da morabeza e pelo mundo fora, em grandes salas, instituições públicas e privadas.
O artísta considera-se um homem de Deus, ponderado na sua forma de viver, que capta a alma numa relação harmoniosa com as pessoas à sua volta, privilegiando o equilíbrio físico, mental e espiritual.
Os seus retratos delineiam e expressam as problemáticas sociais, questões políticas, sem nunca cortar o cordão com o divino.
Severo Delgado já foi condecorado pelo Presidente da República, em 2010 com a Medalha do Vulcão, um reconhecimento ao seu contributo ao país que lhe deu à luz e às tintas.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1121 de 24 de Maio de 2023.