Geovan da Conceição, 18 anos, é um destes e acredita que o cartaz ficou um “pouco bera” por deixar de fora esta “tradição” que sempre fez “vibrar” os jovens no último dia do festival, que movimenta milhares de pessoas das ilhas e fora do País.
Disse acreditar que a organização não pensou nesta faixa etária, “empobrecendo” o cartaz.
Jason Tavares, 17 anos, por seu lado, lamenta a ausência da “arte criativa nacional” no “maior festival do País”.
“Hip-hop é uma arte criativa que transmite mensagens, palavras e traz-nos vida”, descreveu o jovem, para quem o espaço normalmente dado no domingo serve também para o despoletar de novos talentos.
Também crítico, Elton Silva, 31 anos, não vê motivo para a organização ter mudado o costume agora em 2023, quando o hip-hop é das vertentes que mais `vibe´ coloca na juventude.
Entretanto, Jair Gomes, 36 anos, contrariando os seus pares, considerou ser o cartaz desta 39ª edição “o melhor que a Câmara Municipal de São Vicente poderia ter feito”.
“Estamos contentes, o festival está muito bom e não precisamos de mais do que isso”, asseverou. elogiando o “elenco” de artistas convidados.
A 39ª. edição do Festival Internacional de Música da Baía das Gatas termina hoje com o desfile de artistas e bandas, que deverá arrancar com a voz de Ceuzany, seguida de Dino d´Santiago, Protoje, Plutónio, Yuran Beatz, Ary Beatz & Mc Acondize.
O horário para o começo era, em princípio, pelas 18.30, mas, segundo informações da organização, agora deverá às 21:00.
O Festival Internacional de Música da Baía das Gatas, teve a primeira edição no dia 18 de Agosto de 1984.
É realizado anualmente na praia da Baía das Gatas, a oito quilómetros da cidade do Mindelo, e não se realizou ali apenas em 1995, devido a uma epidemia de cólera que assolou Cabo Verde, e nos anos 2020 e 2021, por causa da pandemia da covid-19, em que se concretizou o evento no formato online.
Anualmente, a Câmara Municipal de São Vicente, que organiza o certame, reserva uma verba no orçamento municipal para fazer face às despesas com a logística, viagens e cachê de artistas de Cabo Verde e do estrangeiro, mas “o grosso do montante” para suportar o evento, de acordo com a autarquia, provém de patrocínios de empresas e outras instituições.