Em entrevista ao Expresso das Ilhas, Jay Moreira diz que o espectáculo na Cidade da Praia foi muito bom. “Já tinha imaginado que seria aquilo. Acho que foi uma surpresa tanto para o público como para mim, superou toda a expectativa, porque reparei mais uma vez que a forma de fazer show em Cabo Verde é um das melhores, para mim. O espectáculo de sábado, valeu a pena”.
O tour começou em Portugal e o cantor pretende levá-lo para vários lugares. “Este fim-de-semana será em Tarrafal. Neste `Andreza Tour` apresento músicas novas e antigas que fizeram muito sucesso”.
Já há algum tempo que o artista não actuava em Cabo Verde, mas Jay sublinhou que a partir destes espectáculos ficará mais atento ao que se passa no país, no sentido de ter mais oportunidade para mostrar os seus trabalhos discográficos.
Para o cantor, Cabo Verde é um dos melhores lugares de promoção da sua música. “Cabo Verde é o melhor palco que tenho para promover aquilo que faço, se promover acho que consigo captar a atenção dos festivais de música que acontecem todos os anos”.
“Estava focado em Portugal, e quando cheguei a Cabo Verde encontrei muito festivais a acontecer neste mês, sei que todos os festivais já estão com os cartazes feitos, mas tenho espectáculo bom para cada um deles, pois depois do show, no Auditório Nacional construí uma banda firme para o caso de surgir algum convite em algum festival para fazermos um grande show”, avisa.
Mesmo sabendo que os festivais já estão com os cartazes fechados, Jay Moreira mostra a sua disponibilidade para participar. “Sei que está em cima da hora, para fazer parte de algum cartaz, mas se alguma pessoa de repente idealiza algo estou disponível”, reitera.
No “Andreza Tour”, o cantor mostra temas dos discos antigos com uma roupagem diferente.
Novo projecto
Jay Moreira conta que está com algumas músicas novas que farão parte do seu novo projecto discográfico. “Tendo em conta que já apresentei três músicas novas, nos espectáculos, e houve emoção, então posso dizer que o meu novo álbum vai trazer grandes emoções”.
“A ideia é colocar as músicas novas nas plataformas digitais, mas antes disso quero arranjar melhores músicos e produtores cabo-verdianos, que combinam com aquela energia, para conseguir fazer algo”, indica.
O cantor quer fazer um trabalho discográfico com as pessoas certas, “o projecto que comecei, tem que ter algo especial, para poder relaxar de todos os anos que esteve a especializar-me em fazer letras das músicas”.
“Primeiro veio o single `Veleiro`, que acho que está a fazer um bom trabalho, não só em Portugal. As crianças estão a conhecer-me através deste `Veleiro`”, explica.
O tema que se vai seguir a “Veleiro”, conforme o artista, tem que ter o mesmo nível. “Quando é assim, acredito que não tem a ver só comigo, mas com todos que estarão envolvidos, principalmente os ouvintes. E com isso acredito que serão super músicas”.
Jay Moreira conta que herdou o gosto pela música da sua mãe que não era cantora, mas que gostava de cantar. “Essa paixão pela música, acho que herdei da minha mãe, Andreza. Ela não era cantora, mas cantava sempre em casa, e tinha uma linda voz”.
“Acho que herdei esse dom dela, por a sua voz ser tão especial, sinto que a sua voz está dentro da minha, juntando com a voz do meu pai, apesar de nunca o ter visto a cantar, porque quando ele morreu eu era muito novo, mas sei que ele gostava de música. Gostando de vários estilos musicais, então acabei por pensar, se estou na música tenho que criar os temas de acordo com aquilo que sinto e não copiando de ninguém. Então é assim que flui todo esse processo”, revela.
O cantor realçou que há bem pouco tempo começou a aprender a tocar guitarra, para que a sua música possa ser melhor. “E se soubesse tocar melhor, melhor ficavam as minhas composições, mas do pouco que sei consigo cativar o público”.
Além de músico, Jay Moreira também é professor de capoeira, e, por isso, acredita que consegue lidar melhor com as pessoas, “também trabalho com meninos, então com isso consigo adquirir muita confiança e estar muito à vontade, e quando fazes bem as coisas que são suas tudo flui normalmente”.
“É possível que a minha forma de estar na música seja ouvida no mundo inteiro. Acho que é possível sermos vistos no mundo inteiro e conhecer a capacidade dos cabo-verdianos de fazer a música da melhor forma”, aponta.