Para o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, que presidiu à cerimónia, esta condecoração é um reconhecimento do Estado de Cabo Verde por tudo aquilo que o homenageado tem feito em prol de Cabo Verde nas áreas da cultura, da investigação e da docência universitária.
João Lopes Filho, nascido em 1943, na cidade da Ribeira Brava, ilha de São Nicolau, é um destacado professor universitário, antropólogo, etnólogo, historiador e romancista e reconhecido como o principal investigador de antropologia e etnologia no país e um dos investigadores mais premiados de Cabo Verde.
“A condecoração com o primeiro grau da Medalha de Mérito Cultural é um reconhecimento e uma distinção pelo excepcional percurso, por aquilo que deu, mas por aquilo que tem ainda a dar a Cabo Verde, na afirmação e expressão da nossa cultura não só aqui em Cabo Verde, mas também na nossa diáspora”, disse.
Ulisses Correia e Silva acrescentou ainda tratar-se de uma homenagem a uma carreira literária de 40 anos e quatro décadas de afirmação em nome da cultura cabo-verdiana.
“Um reconhecimento da qualidade de investigador e historiador, uma dedicação à causa da ciência, das artes e da cultura. Gratidão é o sentimento que nós queremos transmitir, em nome de Cabo Verde, em nome da sua ilha natal, São Nicolau, da sua cidade da Ribeira Brava, e também em nome das nossas comunidades na diáspora”, disse o chefe do Governo.
Ao usar da palavra João Lopes Filho declarou-se “imensamente grato”, com a distinção que, afirmou, enobrece pelo prestígio a ela inerente.
“Sentimos-mos sinceramente reconhecidos por esta importante distinção, que para nós tem um significado muito especial, visto representar o público reconhecimento de um percurso ao serviço da cultura, da educação, da investigação e da escrita, mas sempre em prol do Cabo Verde”, disse.
O homenageado aproveitou para partilhar este galardão com todos quantos possibilitam condições para o seu projecto de vida, a começar pelos seus familiares, passando pelos colaboradores mais próximos e os amigos.
“Estaremos eternamente gratos porque o sucesso se baseia no colectivo e na solidariedade com os intervenientes mais próximos. Acresce-se que este importante ponto de coração igualmente toca sobre os nossos ombros o peso da responsabilidade de não desmerecer a confiança em nós depositada”, disse.
João Lopes prometeu que enquanto tiver as capacidades e condições para continuar na senda vai continuar a contribuir para afirmação da cultura cabo-verdiana
Fundador epPresidente da Fundação João Lopes, dedicada à Cultura, Ciência e Arte, é também membro fundador da Academia Cabo-verdiana de Letras, da Academia de Ciências e Humanidades de Cabo Verde, da Sociedade Cabo-verdiana de Autores e do Pen Club de Cabo Verde.
Com uma carreira literária de quatro décadas, João Lopes Filho publicou mais de trinta títulos em ensaios, crónicas e ficção, focando-se principalmente em temas cabo-verdianos. Muitos de seus trabalhos são utilizados como manuais no ensino superior e escreveu cerca de duzentos artigos científicos em revistas e jornais.
Os seus textos são frequentemente incluídos em antologias e coletâneas internacionais.