O anúncio foi feito esta terça-feira, 26, pela UCCLA, que informou que o júri decidiu atribuir duas menções honrosas: poesia “Chão de Saibro” de Frederico da Cruz Vieira de Sousa (Brasil) e romance “A Sintaxe da Guerra” de Joaquim Njungo Jeremias (Angola).
De acordo com o júri, “Cantagalo”é um romance de família, com Praxedes, nome obtuso, como centro da ficção. "História de peripécias rápidas, diálogos vivos, o que atravessa este livro como rio subterrâneo é não só a condição feminina e a questão da escrita, mas a própria condição do Livro como possibilidade de escapar a uma vida vazia, concreta, feita de cenas sem sentido nesse lugar - Cantagalo - que é alegoria de todo o Brasil. Tudo numa dicção autêntica, um modo de pôr as personagens a falar que lembra, de facto, um outro mundo”.
Em relação às menções honrosas, a mesma fonte frisou que o júri refere que “Chão de Saibro” “reconduz-nos às experiências gráficas da poesia visual, da experimentação icónica do texto, transformando em verdadeiro texto-trama-tecido de palavras. “Trata-se de um livro constituído por poemas onde o som e seus jogos se sobrepõem ao significado.”
No romance “A Sintaxe da Guerra” “África canta a sua dor”, onde os protagonistas “são alegorias de todos os que enfrentaram a guerra colonial. Trata-se de descobrir neste livro de prosa descritiva, de diálogos intensos, de fotografias aos interiores de vários infernos…, um modo de narrar que articula o performativo… com o romance social onde a mensagem da anti-guerra é só o nível mais óbvio desta voz comprometida”, refere a mesma fonte.
Conforme indicou a UCCLA, na mesma nota, nesta edição receberam 168 candidaturas oriundas de 15 países: Ásia (Timor-Leste), África (Países de Língua Portuguesa e Senegal), América (Brasil), Europa (Alemanha, Polónia, Holanda, Reino Unido, Suíça), e Médio Oriente (Israel). De referir que o Brasil tem sido o país com o maior número de candidaturas.
Nesta edição, fazem parte dos jurados: Domício Proença, Brasil; Germano Almeida, Cabo Verde; Hélder Simbad, Angola; Inocência Mata, São Tomé e Príncipe; Pires Laranjeira, Portugal; Luís Carlos Patraquim, Moçambique; Luís Costa, Timor-Leste; Tony Tcheka, Guiné-Bissau; Yao Jing Ming, Macau; pelo Movimento 800 anos da Língua Portuguesa - João Pinto Sousa; pela UCCLA - Rui Lourido.