Segundo uma nota da inSulada, as tocatinas foram uma constante no panorama musical das ilhas que qualquer cabo-verdiano de idade madura conserva carinhosamente consigo. “Aos poucos foram-se perdendo, mas as nossas almas continuam bem presentes, quase que num passado musical de geração em geração”.
A mesma fonte recorda que as tocatinas aconteciam de forma espontânea e sem ensaio, obedecendo apenas ao facto de termos nascido com a música e de a trazermos na alma. Então, soleiras das portas, cafés ou jardins se transformam em palcos intimistas, porém festivos.
Os acordes libertam-se dos violões, dos cavaquinhos e demais instrumentos pontuais, e as vozes ecoam pelo ar. Canta-se e conta-se o cotidiano, ora na melancolia da morna, no embalar da coladeira, num ritmado batuko ora no vibrar de um funaná.
Normalmente, as tocatinas acontecem ao cair da noite, quando a brisa das ilhas sabe a Mar e amar é o estado que impera.
Mas com o passar dos tempos, este que era uma animação constante quase entrou no esquecimento do povo das ilhas, mas para resgatar esta tradição, a Insulada vai promover “Nôs Tokatina”.
Neste sentido, a produtora inSulada, juntou-se ao grupo musical composto por músicos que vem de uma enorme participação nas tradicionais “tokatinas” das noites da cidade da Praia e propôs que o pátio do Palácio da Cultura Ildo Lobo se transforme no dia 27 numa “tokatina” onde as mornas e koladeras, o instrumental das txoradinhas e o constante brincar entre violões e cavaquinho - relembraram certamente as “tokatinas” doutrora , num claro resgatar da tradição.
“Nôs Tokatina” levará para o pátio “Tchon di Morgado”, do Palácio da Cultura Ildo Lobo:Tober (violão) Janito (cavaquinho) Djonsa Ramos (violão), Jorge Figueiredo (Violao), Jorge Lima (percussão) e terão como convidado Zay Di Djon Pitata.
O grupo trará assim as sonoridades do que chamou de “Nôs Tokatina”. “Certamente compositores serão cantados, os músicos se elevaram num objectivo marcado: a tradição e a alegria da música”.