"Todo vampiro é imortal. Ou, ao menos, seu legado é. Dalton Trevisan faleceu hoje, 09 de Dezembro de 2024, aos 99 anos", escreveu a família, ontem à noite, na rede social Instagram.
O velório de Trevisan, conhecido como 'O Vampiro de Curitiba', título de um livro de 1965, será aberto ao público, como era desejo do autor, disse a agente ao jornal Folha de São Paulo.
Fabiana Faversani não adiantou a causa de morte de Trevisan: "Tentamos dar o máximo de privacidade como era seu desejo".
Famoso pela aversão à imprensa e por viver quase em reclusão em Curitiba, os contos de Trevisan conquistaram o mundo, com traduções para diferentes línguas, como inglês, espanhol, francês e italiano.
Entre 1946 e 1948, o escritor editou a revista 'Joaquim', que reunia ensaios e contos de autores como António Cândido, Mário de Andrade e Carlos Drummond de Andrade, além de traduções de escritores como Franz Kafka, Marcel Proust ou Jean-Paul Sartre.
'Contos Eróticos' (1984), 'Crimes de Paixão' (1978), 'Desastres de Amor', (1968), 'Dinorá - Novos Mistério' (1994), estão entre as suas obras, assim como 'Vozes do Retrato - Quinze histórias de Mentiras e Verdades' (1998), 'Violetas e Pavões' (2009) e 'O Anão e a Ninfeta' (2011), que foi o último livro publicado.
Em Portugal, foi publicado em 1984 pela editora Relógio d'Água, com a colectânea 'Cemitério de Elefantes'.
As histórias de Trevisan chegaram à televisão e ao cinema brasileiro, e na Hungria, um dos contos foi também adaptado para uma série de televisão.
No Brasil, a adaptação para o cinema de 'A Guerra Conjugal', de 1969, do realizador Joaquim Pedro de Andrade, recebeu o prémio de melhor filme e melhor realizador em festivais brasileiros, além de uma menção honrosa no Festival de Barcelona.
Em 2011, o autor recebeu o Jabuti - o maior prémio literário brasileiro - na categoria de contos e crónicas, com o livro 'Desgracida'. No ano seguinte, venceu o prémio de literatura Machado de Assis 2011, conferido pela Academia Brasileira de Letras.