Com uma presença forte, a banda apresentou-nos mais um pedaço de África, de trás do portão.
Sahad nasceu do nome individual Sahad Sarr, o fundador e vocalista do grupo; é, poeticamente, o encontro entre humanos e músicos, a intersecção entre o Mali Blues, o Afrobeat, o Rock e o Jazz. Sahad é um projecto independente, enraizado na mudança, no desenvolvimento da música alternativa no Senegal, mas que atravessou fronteiras para a América, Europa e Norte de África, levando para casa prémios e distinções.
A sua música é definida como um “taxi brousse” - um transporte público tradicional africano, que viaja pelo mundo em busca das riquezas que surgem das diferenças para as partilhar. Do afro ao jazz, dos blues ao folk e ao funk, as suas influências africanas e cósmicas misturam-se de forma única, dando origem a uma música caleidoscópica.
A noite arrancou com actuação da artista cabo-verdiana Zulu, na Rua Pedonal, e prosseguiu com Fattú Djakité, na Pracinha da Escola Grande que apresentou o seu primeiro álbum “Praia-Bissau”.
Fattú Djakité fez uma viagem pelo seu disco, com uma energia vibrante que contagiou o público.
Nascida na Guiné-Bissau e criada em Cabo Verde, a cantora celebra a identidade, a liberdade e o empoderamento feminino através da sua arte.
A cantora mostrou-se satisfeita com o seu show. “O show superou a minha expectativa, a energia da banda e do público ajudou muito, para que o concerto fosse o que foi”.
Fattú Djakité disse que este espectáculo foi uma oportunidade de mostrar o seu disco, que define como uma mistura de ritmos de Cabo Verde e da Guiné-Bissau.
“Nós escrevemos para ter um espaço para apresentar o nosso showcase. Estivemos a ensaiar todos esses dias, para apresentar um bom trabalho. E a banda, para além de fazer um trabalho incrível, teve ajuda do público que esteve connosco do início ao fim”, avança.
Já a cantora moçambicana, Isabel Novella actuou na Rua Pedonal, onde mostrou os seus trabalhos discográficos, nos quais combina elementos da marrabenta, afro-soul, jazz e pop-world.
Na Pracinha da Escola Grande, o palco foi de Ary Mar, um músico de Santo Antão que apresentou o seu disco “Sampadiu”, lançado em 2021.
Ary Mar mostrou-se satisfeito com o seu concerto e a forma como o público vibrou com ele. “Foi um bom espectáculo, gostei muito, porque conseguimos fazer aquilo que queríamos mostrar aqui. Estamos muito felizes, no palco conseguimos ver que o público estava a vibrar connosco, então estamos satisfeitos”.
O músico afirmou que quer com a sua música transmitir a verdade. Por outro lado, disse que o AME é uma grande oportunidade para todos os artistas mostrarem os seus trabalhos. “É um evento que abre portas para que os artistas sejam conhecidos tanto dentro como fora do país”.
Para esta quarta-feira, estão programados mais shows na Rua Pedonal e na Pracinha da Escola Grande.