Segundo José da Silva, musicalmente, tudo correu como planeado. “Pensamos que surpreendemos o público com artistas que Cabo Verde ainda não conhecia. Os concertos tiveram muito sucesso”.
Para o promotor, o sucesso do festival demonstra a capacidade de realizar um evento, mesmo com limitações. “Não foi fácil realizar o festival sem certas ajudas, mas conseguimos. Penso que, infelizmente, a cidade perdeu alguma coisa”.
José da Silva sublinhou que, devido à falta de apoios, foram obrigados a cortar a viagem de cerca de 30 jornalistas estrangeiros e a reduzir significativamente a promoção do evento.
“Todos sabemos o quanto essa promoção seria importante para o festival. Se todos esses jornalistas viessem, levariam a imagem da Praia para o exterior, e a cidade ganharia muito com isso”, sublinha.
Neste contexto, Djô da Silva lamentou a falta de entendimento com a Câmara Municipal da Praia, mas destacou que o mais importante foi conseguir alegrar o público.
Pensando no futuro, o promotor revelou que a questão do financiamento será repensada nas próximas edições. “Somos obrigados a pensar não só na parte financeira, mas também na possibilidade de adaptar o festival aos novos tempos, encontrar mais parceiros e garantir os recursos necessários para não depender apenas de um ou outro financiador.”
Segundo Silva, é essencial que os cabo-verdianos entendam que um festival deste porte não pode ser sustentado apenas com a bilheteira. “A bilheteira representa apenas 15% do orçamento. Um festival desta natureza, lá fora, custa entre oito mil e dez mil escudos por dia. Temos de lutar por mais financiamento”.
Apesar das dificuldades, Djô da Silva afirmou que já existem promessas de novos parceiros e aumento de apoio por parte de outros. “Talvez essa situação com a Câmara tenha feito outras pessoas perceberem que é preciso ajudar mais”.
O promotor também destacou que a participação do público este ano superou todas as expectativas. “Desde a pandemia, o número de espectadores tinha caído, mas notamos um aumento. Este ano, o público cresceu significativamente.”
Por conta da falta de apoio da Câmara da Praia, muitas pessoas e empresas decidiram colaborar com o festival.
“Tivemos ajuda de hotéis, restaurante e muitas pessoas quiseram contribuir para que o festival acontecesse. Isso tocou-me muito. Durante o festival, várias pessoas disseram-nos que devemos continuar e que, se precisarmos de ajuda, podemos contar com elas”, revela.
Sobre os bilhetes roubados, Djô da Silva explicou que apenas 30 pulseiras não foram recuperadas, e que as restantes foram recuperadas e vendidas.