Segundo uma nota enviada, esta apresentação será um momento especial para celebrar e conhecer melhor a vida e o legado de Raimundo Lima.
“No ano do 60º aniversário do seu desaparecimento físico e 95º do nascimento é-lhe dedicada uma fotobiografia cujo título é o mesmo deste artigo. O formato livro encontra-se no prelo e o digital será oportunamente apresentado publicamente, dando assim a conhecer à actual e futuras gerações que no campo da Várzea uma estrela brilhou mais”, revela.
De acordo com a mesma nota, nas décadas de 40, 50 e parte de 60 do século passado uma estrela brilhou mais na constelação do futebol da Praia. De nome Raimundo Lima, admirado e conhecido por Mundinho contribuiu significativamente para a construção do futebol na cidade onde nasceu e cresceu. Mais do que isso, foi um desportista exemplar dentro e fora dos campos de jogo, uma referência da juventude, que viu nele os benefícios de uma prática desportiva saudável e correta.
“Excepcional a jogar com os pés e cabeça, as suas qualidades desportivas e humanas fizeram dele um dos jogadores que mais representou a capital fora dele. Integrou equipas e seleções diversas e ainda frequentou e destacou-se nos retângulos de Mindelo, Bissau, Conacri, Dakar, Lisboa e Castelo Branco”, aponta.
A mesma fonte sublinha que aqueles que o conheceram e viram jogar são unânimes em afirmar que foi um dos maiores que passou pelo pelado da Várzea e um autêntico gentleman pela postura íntegra que o caracterizava.
“Num torneio de dois dias (4 e 5 de Outubro de 1964) recheado de amigos despediu-se do campo onde passeou a sua classe durante uma década ao serviço do Sporting Club da Praia”, lembra.
No auge da cerimônia distribuiu uma lembrança a cada jogador presente, uma fotografia sua autografada. “Foi uma das mais sentidas despedidas de um jogador quando saíam do arquipélago pelas mais variadas razões”.
Uns iam para a tropa, outros eram colocados nas restantes colónias portuguesas; alguns seguiam para clubes na Guiné ou em Portugal, e havia ainda os que simplesmente emigravam em busca de melhor vida. Mundinho partia para França, onde o esperava um posto de trabalho.
Duas semanas após a despedida e já em solo francês, uma notícia vinda de França abalou a cidade. O capitão do Sporting da Praia perecera num grave acidente, no mesmo dia em que entrava no país de destino. Foi a 20 de Outubro de 1964. Não tinha ainda completado 35 anos. Raimundo jaz num cemitério no sul da França, ao lado de três outros companheiros que sucumbiram naquela gélida e nebulosa madrugada.
Conforme a mesma nota, o legado de Mundinho não ficou apenas pela sua qualidade como jogador — cuja escassez de meios mediáticos impediu que mais elementos visuais chegassem até aos nossos dias. “Apaixonado pela fotografia, ele próprio permitiu a descoberta de interessantes pormenores do futebol de há 60 anos — ou mais. Deu ainda o seu contributo como dirigente do Sporting, organizou e incentivou o futebol juvenil."