Segundo uma nota do CCCV, a mesa-redonda acontece no âmbito das comemorações dos 50 anos da Independência de Cabo Verde e visa também assinalar o Dia Nacional do Batuque e o Dia da Mulher Africana, celebrados anualmente a 31 de Julho.
O encontro contará com as intervenções da investigadora Crisálida Correia, do investigador e dinamizador cultural Moisés Varela, e do realizador Ricardo Leote. Haverá ainda uma participação especial das batucadeiras Finka Pé e do projecto Falas Afrikanas.
De acordo com a mesma nota, a mesa-redonda pretende promover uma reflexão sobre a importância desta manifestação cultural profundamente enraizada na sociedade cabo-verdiana, destacando o seu papel na preservação da identidade cultural e tradicional do país.
“O batuque foi também um importante veículo de transmissão de sentimentos de revolta e liberdade, não só da mulher cabo-verdiana, mas também dos núcleos familiares que cultivavam clandestinamente esta prática cultural, proibida durante a ditadura do Estado Novo, em Portugal. Graças à sua resistência, o batuque preservou uma herança ancestral para as gerações futuras”, refere o documento.
O evento será enriquecido com a exibição do documentário “Marina”, de Ricardo Leote, com produção da Editora Nôs Raiz. “O documentário retrata a vida de Marina Vaz, possivelmente a batucadeira mais antiga de Cabo Verde, conduzindo-nos por uma viagem através dos seus mais de 80 anos de memórias”.
Marina Vaz, conhecida por “Vovó Marina”, é natural da Cidade Velha, Património Mundial da Humanidade e berço da nação cabo-verdiana. A sua trajetória mantém viva a ligação com uma cultura secular, na qual o batuque ocupa um lugar de destaque a nível nacional e internacional.
O grupo Finka Pé, um dos mais antigos grupos de batuque da diáspora cabo-verdiana, também marcará presença. Fundado há quase 40 anos em Portugal por mulheres originárias da Cidade Velha, o grupo integra a Associação Cultural Moinho da Juventude, com sede no bairro da Cova da Moura, na Amadora.
Por sua vez, o projecto Falas Afrikanas participará com uma banca de livros dedicados ao batuque e a autores africanos, disponíveis para aquisição durante o evento.