​Escritor luso-cabo-verdiano Henrique Levy vence prémio Literário "Carlos de Oliveira" 2025

PorDulcina Mendes,28 jul 2025 11:52

O escritor luso-cabo-verdiano Henrique Levy venceu o prémio Literário "Carlos de Oliveira" 2025 com o romance "Os Pássaros de Dódóia". A entrega do prémio aconteceu na passada sexta-feira, 25, nos Açores.

Segundo uma nota enviada, esta é a segunda vez que um escritor cabo-verdiano recebe este Prémio, já em 2009 tinha sido contemplado o escritor e músico Mário Lúcio Sousa com a obra "O Novíssimo Testamento".

O escritor Henrique Levy tinha sido galardoado em 2022 com o importante Prémio literário "Natália Correia" com o romance epistolar "Sete Cartas de Artemísia".

Na mesma nota, Henrique Levy destaca que recebeu o prémio com profunda emoção, honra e humildade. 

O Prémio Literário Carlos de Oliveira, ques está na sua sétima edição, leva o nome de um dos maiores vultos da literatura portuguesa do século XX, cuja obra permanece actual e viva, como um farol nas águas inquietas do nosso tempo.

Henrique Levy conta que quando recebeu a notícia de que “Os Pássaros de Dódóia” havia sido distinguido com o prémio Carlos de Oliveira, nesta sétima edição, sentiu não apenas alegria, “essa emoção efémera, mas, sobretudo, a responsabilidade de saber que uma obra minha podia, mesmo que apenas por instantes, dialogar com o legado de Carlos de Oliveira, que ergueu, com palavras, a pátria mais livre que conheço: A pátria da dignidade e da literatura”.

Levy relata que escreve nos Açores, abraçado a Cabo Verde. “Sou também cidadão cabo-verdiano e trago no sangue o sal das ilhas atlânticas e o ritmo das marés destes dois arquipélagos”.

Na mesma linha, sublinha que em Cabo Verde, as palavras nunca foram apenas estéticas. Carregam a urgência da sobrevivência de um povo, uma forma de combater a secura, a fome, o esquecimento.

“Os cabo-verdianos, apoiados pelo sopro da poesia, ergueram uma nação soberana na alma de todos, quer vivam no país ou na diáspora. Acenderam a esperança no olhar do futuro e construíram um país livre e independente”, frisa.

O escritor realça que a figura que atravessa “Os Pássaros de Dódóia”, como um fio ardente de memória e esperança, é a mulher cabo-verdiana, esse vértice onde a História do meu país se rasga e recomeça.

“Dódóia, a personagem principal do romance que hoje aqui me traz, é uma mulher que recusa ser adorno e não espera por salvadores. Desfaz mitos, costura os dias, alimenta a esperança, mesmo quando esta é amarga como a cinza da opressão a que está sujeitado o seu povo. Dódóia é feita de vento e rocha, de ternura e de fúria. Não caminha para trás. E se tropeça, levanta-se com a obstinação de quem sabe que ninguém será livre enquanto uma só mulher estiver curvada ao peso do silêncio”, revela.

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Autoria:Dulcina Mendes,28 jul 2025 11:52

Editado porSara Almeida  em  28 jul 2025 16:28

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