Segundo a presidente do Orfeão da Praia, Filomena Delgado, o concerto pretende contribuir para o enriquecimento e para a diversidade do Programa comemorativo do 50º Aniversário da Independência de Cabo Verde.
Outro objectivo do concerto, conforme Filomena Delgado, é enaltecer a identidade cultural e musical cabo-verdiana, alinhar a acção cultural com os valores da independência e fomentar a educação cultural e a participação cidadã.
Filomena Delgado acrescenta que os lucros do evento revertem-se a favor das vítimas da tempestade em São Vicente.
“O Orfeu, em si, já tem uma vertente social muito forte e tem trabalhado essa vertente desde 2009, ano da sua fundação. Perante as adversidades e os acontecimentos de São Vicente, tínhamos de ser solidários com o povo de São Vicente, daí que os lucros deste concerto reverterão a favor das vítimas da tempestade que assolou São Vicente nos últimos dias”, destaca.
Em relação ao repertório, a presidente disse que foram selecionadas músicas de desígnio nacional, de intervenção e que expressam a resiliência do povo cabo-verdiano.
“É um misto de músicas e queremos apelar a todas as ilhas que contribuam para que este espectáculo dê certo. Vamos levar música de cada ilha. É a união do povo cabo-verdiano. Como Antero Simas canta na música ´Doce Guerra´, apelamos a essa união de todo o Cabo Verde. Daí, um repertório com músicas de todas as ilhas de Cabo Verde”, realça.
Quanto aos preparativos, Filomena Delgado garante que estão a decorrer dentro da normalidade. “Temos aqui o nosso formador, Arthur Martins, que vai trabalhar um cenário musical conforme o sentimento que cada música exterioriza”.
Por sua vez, o encenador brasileiro Arthur Martins afirmou que a música cabo-verdiana traz uma poética muito bonita, particularmente significativa nesse momento de comemoração dos 50 anos de independência.
“Vejo com muito bons olhos, porque eu chego de outro país, de outra realidade e encontro aqui algo que me surpreende completamente. Fico completamente emocionado com o que Cabo Verde produz em termos de música e de poética”, narra.
Arthur Martins acrescentou que a sua participação consiste em captar a poesia transmitida pelos intérpretes e traduzi-la em cena, de modo que o público tenha a mesma emoção que ele próprio experimenta ao ouvir as músicas.
“É algo que transcende a mera visualização de um espectáculo. Realmente, as músicas são compostas de muita emoção para transcender isso, trazer realmente uma poética que une todas essas ilhas em torno desse espectáculo. Está a ser maravilhoso trabalhar com essas pessoas que estão dispostas a fazer um espectáculo que homenageia o próprio país”, garante.
Filomena Delgado apelou ainda à presença do público no concerto de sexta-feira. “A causa é boa. Vamos juntar-nos em torno da situação que vivi em São Vicente e apoiar o povo são-vicentino”.
Após a apresentação na cidade da Praia, o Orfeão da Praia pretende levar o concerto à Ribeira Grande de Santiago e à ilha do Sal.