O álbum é composto por dez composições originais concebidas como traduções sonoras das histórias que a artista conta pela pintura.
Segundo uma nota da produtora InSulada, o álbum surgiu a partir da riqueza das telas de Luísa Queiroz.
“Seréna destaca-se pela fusão entre a música popular cabo-verdiana, morna, funaná, coladeira, mazurca, valsa e colá, e linguagens como o jazz, a música erudita e a world music, criando uma estética contemporânea que renova a tradição sem a descaracterizar”, cita.
A mesma fonte frisou que mais do que um exercício de fusão, o projecto propõe um espaço de encontro entre culturas, tempos e sensibilidades, reforçando a identidade musical cabo-verdiana e projetando-a num contexto global.
O álbum tem como tema central o ser feminino, nas suas múltiplas dimensões: mãe, mulher, amante, ilha, terra e luz.
“A narrativa simbólica decorre nas ilhas da outra face da lua, onde uma sereia encantava o povo com seu canto, despertando sentimentos de fraternidade e harmonia. ´Seréna´ é, assim, uma viagem poética que funde mito, memória e música, celebrando o feminino como fonte de criação, inspiração e transformação”, relata.
O disco inclui dez temas originais: Serena doce,
Infeitiçóde na bô, Praia de nôrte, Espêi de bô alma, Kafacumba, Sêrena debóxe de luar, Ta flutuá, Nhô Denga, Valsa incantóde e Na camin de luz, interpretados por um grupo de músicos: Sérgio Figueira, Denys Stetsenko, Amílcar Chantre, Hernâni Almeida, José Brito (Voginha), Carla Lima e Renato Chantre Almeida.
Sérgio Figueira formou-se na Escola Superior de Música de Lisboa, e estudou antes com Vasco Martins e Margarida Brito. O seu percurso combina formação erudita com uma profunda ligação à tradição musical cabo-verdiana, que procura reinventar através do diálogo com o jazz e outras linguagens contemporâneas.
O guitarrista colaborou com artistas como Maria Alice, Hermínia, Celina Pereira, Olavo Bilac, Vasco Martins e Jorge Humberto, e é autor da banda sonora do filme “Nôs Dança”, de Rui Lopes da Silva.
Conforme a InSulada, Sérgio Figueira tem vindo a afirmar-se como uma das figuras mais inovadoras da música cabo-verdiana contemporânea.
A sua mais recente actuação em Cabo Verde teve lugar no Festival Mindel Summer Jazz, em Agosto de 2025, onde apresentou o projecto “Seréna”.