Com esse catálogo, Cabo Verde passa a contar com um catálogo que explica toda a história e a prática da cimboa, um património cultural imaterial em risco de desaparecimento.
A apresentação do catálogo esteve a cargo da directora da direcção do Património Imaterial e Coordenadora do projecto, Carla Semedo, e a apresentação do catálogo a cargo do Vítor Semedo, com a presença do autor, Mestre Martinho Brito.
Segundo o Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas (MCIC), Augusto Veiga, num ano em que celebramos os 50 anos da independência de Cabo Verde, é especialmente simbólico celebrarmos a cimboa e os nossos mestres anciãos, “pois este instrumento acompanhou, seguramente, o percurso histórico e identitário do país”.
Augusto Veiga disse que a cimboa, outrora ameaçada pelo esquecimento, resistiu ao tempo graças à memória dos mestres anciãos que asseguraram a sua transmissão, dentro das suas famílias e comunidades.
“Em pelo menos três comunidades da ilha de Santiago beneficiadas pelo Projecto Cimboa para o desenvolvimento Sustentável, São Domingos, Santa Cruz e Tarrafal, o instrumento continua vivo e pulsante”, garante.
Aos mestres e anciãos da cimboa, o MCIC prestou, na ocasião, uma homenagem, principalmente a Nhu Eugénio, falecido no mês de Julho e que também foi homenageado no quadro das celebrações do Dia Nacional da Cultura e das Comunidades. “A ele devemos, em grande medida, o facto de a cimboa ter sobrevivido até aos nossos dias”.
Durante os últimos três anos de implementação do projecto Cimboa para o Desenvolvimento Sustentável, registou-se um impulso extraordinário no processo de salvaguarda e valorização deste instrumento tradicional.
“Graças ao financiamento da União Europeia, foi possível criar uma ponte entre o passado, o presente e o futuro da cimboa. A participação activa e comprometida dos municípios de São Domingos, Tarrafal e Santa Cruz, dos mestres, artesãos, jovens aprendizes e agentes culturais envolvidos, também foram essenciais”, sublinhou o governante.