​“A decisão de tornar a economia criativa um pilar da estratégia nacional de desenvolvimento é oportuna e estratégica” - Augusto Veiga

PorDulcina Mendes,22 out 2025 16:33

O Ministro da Cultura e das Industrias Criativas, Augusto Veiga disse esta quarta-feira, 22, que a decisão de Cabo Verde de tornar a economia criativa um pilar da sua estratégia nacional de desenvolvimento é oportuno e estratégico, especialmente tendo em conta o contexto geográfico, cultural e económico único do país.

Augusto Veiga fez essa afirmação na 16ª sessão da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD16), que decorre no Palais des Nations, em Genebra, Suíça.

O Ministro da Cultura e das Industrias Criativas fez parte da mesa de oradores no evento paralelo “Comércio Inclusivo e Economia Criativa”, nesta quarta-feira, 22.

Segundo o governante, a economia criativa é um sector de alto valor acrescentado e baixo carbono, que se alinha bem com a necessidade de Cabo Verde por um desenvolvimento sustentável.

“Como um pequeno estado insular em desenvolvimento com recursos naturais limitados, Cabo Verde não pode depender de indústrias extrativas. Em vez disso, ao investir na cultura, no turismo e na inovação digital, está a construir uma economia enraizada em ideias, identidade e talento, recursos abundantes e renováveis”, afirma.

O Ministro da Cultura explica que do ponto de vista do comércio e do desenvolvimento, a economia criativa potência a diversificação das exportações.

“A música, a moda, o cinema e os conteúdos digitais cabo-verdianos têm o potencial de alcançar mercados globais, reduzindo a dependência de setores tradicionais como a agricultura ou as remessas. Por exemplo, o sucesso global dos artistas cabo-verdianos ajuda a elevar o perfil cultural do país, criando procura por produtos e experiências culturais, como festivais e turismo patrimonial”, assegura.

Além disso, sublinhou que a integração da inovação digital permite que empreendedores criativos superem o isolamento geográfico. “Por meio de plataformas online, artistas, designers e inovadores tecnológicos em Cabo Verde podem acessar mercados internacionais, colaborar globalmente e monetizar seu trabalho além das limitações locais. Isso abre portas para o comércio digital, uma área em rápido crescimento na economia global”.

Na mesma linha, frisou que o turismo e outro pilar da estratégia, e que também se beneficia significativamente. “Quando Cabo Verde se promove não apenas como um destino de praia, mas como um centro de ricas experiências culturais, música, gastronomia, história, agrega valor ao produto turístico, prolonga a estadia dos visitantes e aumenta os gastos”.

Conforme o governante, investir na economia criativa promove o desenvolvimento inclusivo e resiliente. “Incentiva a inovação, empodera comunidades e fomenta um senso de identidade e orgulho, contribuindo ao mesmo tempo para o PIB e o emprego”.

A nível regional, disse que as parcerias com a CEDEAO e a Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) podem abrir mercados mais amplos para as exportações culturais e digitais.

“A nível internacional, a colaboração com instituições como a UNESCO, a UNCTAD, a União Africana, a UE e o Banco Mundial podem proporcionar assistência técnica, financiamento e plataformas para visibilidade global”, garante.

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Autoria:Dulcina Mendes,22 out 2025 16:33

Editado porAndre Amaral  em  23 out 2025 12:08

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