A interpretação está a cargo de duas mulheres, Odete Môsso e Ângela Marques, que fizeram esta manhã uma antevisão do espetáculo à comunicação social. Segundo Odete Môsso, a peça aborda vivências femininas e partilha questões ligadas à identidade e à ancestralidade, recorrendo a textos de escritores africanos, incluindo autores de Cabo Verde como Vera Duarte e Corsino Fortes.
“E para nós o trabalho é importante porque a ideia era levantar questões. E a presença da mulher é muito forte no trabalho que fizemos, e vão reparar. E também, de uma forma transversal, tentámos mostrar como assuntos que são nossos, e também são universais e que são discutidos em todo o lado e fazem parte de um pensamento coletivo. Por exemplo, a questão da mulher na sociedade, questões de sentimentos, de relacionamento, de contextualização social”, aponta.
A peça propõe valorizar memórias “silenciadas”, particularmente a partir de um símbolo cultural cabo‑verdiano, o Poilão, “a maior árvore do arquipélago, e através da perspetiva de mulheres e identidades cruzadas luso‑cabo‑verdianas. A atriz Ângela Marques explica como nasceu a ideia do projeto.
“Nasceu há dois anos, quando Astro Fingido foi convidada para ir a Cabo Verde, particularmente ao Festival de Teatro do Atlântico. Apresentámos as Brancas Memórias nessa altura e fomos fazer uma visita ao Poilão. Nunca tínhamos estado na presença de uma árvore tão gigantesca como aquela, é realmente impressionante, e daí nasceu a ideia deste projeto. Quando tivemos a ideia, pensámos imediatamente na Odete Moço, que já é uma repetente nos nossos projetos, e achámos que era a pessoa ideal para integrar este espetáculo”, diz.
A dramaturgia e direcção artística são de Fernando Moreira e Ângela Marques, com encenação de Fernando Moreira.
Mas antes, às 19:30, o Centro Nacional de Arte, Artesanato e Design recebe o espetáculo “Born of normal parents!”, do irlandês Murray Molloy, que detém o recorde do Guinness de engolidor de espada.

“O meu espetáculo é, acima de tudo, um espetáculo de humor, de alegria, de coisas diferentes, um bocadinho estranhas, um bocadinho pouco visto, mas é algo muito especial. Somos muito poucos no mundo a fazer o que eu faço, e tenho muita vontade de o partilhar com o vosso público”, refere.
Este ano, o Mindelact celebra a “Aurora”, em homenagem aos 50 anos da independência de Cabo Verde. A programação de hoje arranca com o espetáculo “Debaixo do Pilão”, do coletivo luso-cabo-verdiano Astro Fingido, e prolonga-se até sábado, dia 8, com companhias de Cabo Verde, Portugal, Espanha e Brasil.
Na Praia, haverá também duas apresentações no Centro Cultural Português, ambas com entrada livre.
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