O atleta paralímpico internacional cabo-verdiano e que em Agosto último representou Cabo Verde nos XIV Jogos Olímpicos de Londres, ameaça seriamente abandonar a competição, por falta de apoio num momento considerado especial para a sua actividade competitiva, com vista a sua participação no Campeonato do Mundo de 2013.
"É com grande tristeza que vejo em risco a possibilidade de estar presente no Campeonato do Mundo de 2013 e de mais competições por falta de apoios e patrocínio, ponderando seriamente arrumar as botas", lamenta o paralímpico cabo-verdiano de 29 anos na sua página de rede social.
Isto porque, explica, depois da sua participação em Londres, que o próprio atleta considera um prémio para os seus esforços, da qual reconhece o "apoio a 100 por cento da Tecnicil", Márcio disse que doravante as coisas tornaram-se difíceis e bastante com-plicadas.
"Promessa não enche barriga e o homem precisa de comer, preciso dar um outro rumo na minha vida por que o mundo do desporto é incerto. Hoje somos os melhores, mas ama-nhã quando as coisas não nos correm bem nada somos. Esta foi a lição mais dura que aprendi nos últimos tempos", desabafa.
Márcio Fernandes representou Cabo Verde nos Jogos Paralímpicos de Londres, depois deste atleta de 29 anos, deficiente-motor, já apurado para as olímpiadas, regressara de Tunis com uma medalha de ouro no lançamento de dardo, e duas de prata nos 100 e 200 metros, tendo inclusive batido o recorde de África.
Fernandes conquistara também na cidade de Paris, a qualificação para os Jogos Olímpicos de Londres, nas provas de velocidade dos 100 e 200 metros, com o tempo de 12 segundos e 02 centésimos e 24 segundos e 59 centésimos, respectivamente.
Atleta cabo-verdiano nascido e residente em Portugal, Márcio Fernandes confessa que só começou a praticar o desporto depois da amputação da sua perna, na sequência de um acidente de viação em 1994.
Eletricista de profissão, este internacional cabo-verdiano de 29 anos foi distinguido em Abril último, na cidade da Praia, pelo Governo de Cabo Verde com a Medalha de Mérito Desportivo da 1ª Classe, do 1º Grau "pela contribuição à causa do desporto cabo-verdiano".
Simão Rodrigues