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Filial número 20 do Sporting Clube de Portugal, o Sporting da Praia comemorou esta segunda-feira, 2 de Dezembro, o 90º aniversário da sua fundação sob o signo de campeão. O presidente da direcção leonina, Paulo Veiga, promete manter os “leões da capital” na ribalta do futebol cabo-verdiano, construir o seu próprio Estádio e uma academia de futebol com vista a fazer do clube, simplesmente, o maior de Cabo Verde e de África.
Expresso das Ilhas – Sr. Presidente, com que desígnio é que o Sporting celebra o seu 90º aniversário natalício?
Paulo Veiga – Queremos comemorar esta data o ano inteiro. De hoje (2 de Dezembro de 2013) ao 2 de Dezembro de 2014. Vamos ter actividades para festejar este aniversário, uma data que impõe respeito, com o arranque hoje (segunda-feira) com um jantar convívio, entre os sócios, equipa de futebol e equipa técnica. Aproveitamos também para fazer a apresentação dos nossos equipamentos para esta época. Mas isto é só o pontapé de saída. A nossa ideia é organizar torneio das escolas de formação, uma das apostas que o Sporting vai fazer a partir de agora. Queremos fazer uma digressão a Luxemburgo, estamos em negociações para ir participar num torneio inter-ilhas que normalmente se realiza em Julho com os cabo-verdianos residentes no Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo). Também estamos a estudar a possibilidade de trazer uma equipa internacional para vir fazer um jogo amigável na Cidade da Praia. Este ano iremos também homenagear os antigos sportinguistas, pessoas que contribuíram e continuam a contribuir para a grandeza do nosso clube.
Para quando o torneio das escolas de formação?
Estamos a ver se conseguimos organizar isto ainda no fim-de-semana antes do Natal. Estamos a estudar esta possibilidade. Já temos escolas e contamos ter este processo fechado esta semana para podermos agilizar a prova.
E em relação ao torneio Internacional na Cidade da Praia?
Está em estudo, mas uma das equipas é o Sporting Clube de Portugal. A outra possibilidade é trazer uma outra equipa de Angola. Dependendo do factor financeiro, estamos a ver a possibilidade de realizar um torneio quadrangular ou um jogo amigável. A ideia é que aconteça no Verão deste ano.
Aposta na formação!
Tinha aventado a possibilidade do Sporting retomar a sua escola de formação com vista a criação da Academia do SCP.
Estamos muito adiantados em negociações para começamos a ter um campo próprio, porque achamos que isto é indispensável não só para a formação, por causa dos horários dos miúdos, a possibilidade de trabalhar em horários flexíveis e diferentes, mas também para o Sporting passar a desenvolver uma actividade de cariz social, envolvendo a comunidade onde estiver implantado o campo, especialmente os mais carenciados. O nosso campo permitirá também fazer com que tenhamos os nossos sócios mais próximos do clube. Teremos um sítio onde podemos fazer convívios, as nossas homenagens, etc, etc,.
É um Sporting mais virado para o seu especto social e a aproximar-se dos seus associados?
Tem muito a ver com esse aspecto, a falta de convivência porque em Cabo Verde os campos não são dos clubes. Queremos ser o primeiro clube a ter o seu próprio campo de futebol para poder realizar as suas actividades e estarmos mais próximos dos nossos associados. É que não há nenhum clube de futebol que seja grande, que não tenha o seu próprio castelo. Em termos de sede já estamos bem servidos, já temos uma em Achada Santo António, em frente à Assembleia Nacional, ao lado da Electra.
E em relação às outras modalidades, o clube não vai ficar só com o futebol?
Estamos a estudar uma parceria com uma escola de formação de basket e andebol para podermos incluir no nosso clube. A nossa ideia é ter um campo próprio e construir uma placa desportiva, onde se possa praticar desportos de salão.
Campo de futebol leonino
O Sporting já tem terrenos para a construção deste campo?
Já temos compromisso, a Câmara já nos disponibilizou terrenos, mas estamos a estudar algo intermédio que pode passar por uma parceria público-privada.
O plantel da equipa de futebol já está fechado para a presente temporada?
Sim, sim. O plantel já está encerrado. Acreditamos no plantel que temos e achamos que temos condições pra sermos campeões regionais para disputarmos o Campeonato Nacional que é o nosso objectivo. Estamos neste caminho. Ainda ontem (domingo) ganhámos 4-0 a Académica, num clássico e no próximo sábado vamos ter mais um clássico, outra vez contra Os Travadores. Um tira-teimas. Aproveitamos para convidar a todos os adeptos e amantes do futebol a irem ao Estádio da Várzea, ainda mais com a novidade que se vai abrir a bancada Sul e o bilhete vai ser 50$00, uma forma de ter, ainda mais gente no campo e presenciar este grande espectáculo: Esperamos ganhar.
Uma das novidades do Sporting desta sua presidência tem a ver com a criação da claque “Lions di capital”?
Isto é um dos trabalhos sociais que estamos a fazer. Começamos em Achada Grande Frente com um grupo de crianças que estão a aprender a tocar no pelourinho, numa actividade financiada pelas Nações Unidas. Associamos a isto e temos estado a incentivar os miúdos e toda esta gente a ir ao estádio. A claque “LionsdiKapital” é também uma das coisas que estamos a fazer para aproximar os sócios do clube.
Dar mais brilho à competição
Qual a sua percepção sobre o campeonato regional da presente temporada?
Acho que há muitos anos não víamos um campeonato disputado assim. É muito importante os nossos adversários estarem fortes. Não só leva mais público para o campo, como dá mais vida ao futebol, melhora a qualidade do futebol na Praia e é isto que nos interessa a todos. Inclusive a nós que não basta só ganhar, mas sim jogar futebol ao mais alto nível e competir para podermos melhorar o nosso futebol.
Qual a grande ambição do clube?
Continuar a estar sempre na linha da frente do futebol cabo-verdiano. O que se fez nestes 90 anos foi conquistar o futebol cabo-verdiano e a nível nacional o Sporting tem liderado, especialmente nos últimos anos. Somos um dos maiores clubes a nível nacional e queremos nos próximos 90 anos internacionalizar o Sporting e ser um dos maiores clubes da África.
Isto quererá dizer que terá de apostar nas provas africanas?
Certo. Para sermos o clube de renome em África temos de participar nas competições africanas, nas ligas africanas e também nas competições internacionais que existem no nosso continente.
Para isto terá de apostar em mais e melhores meios financeiros e noutros parceiros?
Estamos a trabalhar neste sentido. Já estive em Portugal, Luxemburgo. Provavelmente irei a Inglaterra no próximo dia 13 a convite do treinador André Vilas Boas para ver um jogo do Tottenham, para conversarmos e ver o que podemos fazer em termos de parceria entre os dois clubes. Também estamos a abrir as portas em Angola, propondo assinaturas de protocolo. Como sabe, em Angola temos muitos ex-jogadores nossos, atletas como Alex, Figo, Babacar, e todos em equipas diferentes. Ao que parece vamos ter o nosso seleccionador a treinar em Angola, pelo que nos interessa estreitar esta parceria, até porque Cabo Verde e Angola acabaram de assinar um acordo a nível político para aumentar as relações e nós queremos contribuir para isto.
Há possibilidades de parceria entre o Sporting da Praia e o Tottenham?
Exacto! Vou ver o jogo e a negociar pelo que espero trazer boas novas da Inglaterra.
Internacionalização
É o Sporting na sua internacionalização?
Claro. É um dos objectivos desta direcção. A nossa primeira deslocação foi a Portugal, onde estivemos com o Sporting Clube de Portugal, com o Benfica também, abrimos contactos com o FC Porto e brevemente iremos visitá-los. Também estivemos em Luxemburgo onde conversamos com a comunidade cabo-verdiana que organiza o futebol aí. A ideia é ver se lá conseguimos jogar com uma equipa federada em Luxemburgo. Queremos abrir estas relações porque temos cabo-verdianos espalhados pelo mundo e queremos ter esta dimensão. Para isto, lançamos os nossos canais web. O nosso Facebook, o nosso site, o nosso Twitter. Vamos também lançar o nosso Bluetooth para apresentar as imagens dos nossos jogos. Queremos nos aproximar da nossa comunidade, dos sportinguistas e simpatizantes e queremos transformá-los em associados. É mais um grande objectivo desta direcção. Temos cerca de 300 sócios efectivos neste momento, mas queremos mas e projectamos até ao final do nosso mandato atingir os cinco mil. Queremos envolver a comunidade cabo-verdiana na diáspora. Estas inovações ajudam a trazer os associados.
Como é que o SC Praia consegue ter em simultâneo parceria com os rivais de Lisboa - Sporting Clube de Portugal e Sport Lisboa e Benfica - estando agora a estendê-la ao FC Porto?
Todos estes clubes são internacionais e querem parceiros credíveis e o Sporting em Cabo Verde é um parceiro credível. Não estou a dizer que os outros clubes não o são. Temos batido em todas as portas e temos sido bem recebidos, ainda não temos dimensão nem capacidade para recusar parceiros. Assinamos em 2006 o protocolo de parceria com o Benfica, na altura que enviámos o Bijú para a escola do Benfica e queriam fazer uma parceria connosco. Como filial do Sporting de Portugal informamos ao clube de Alvalade, não houve objecção. Pensamos que neste mundo globalizado temos de aproveitar tudo e não limitar só as cores do clube.
