Na National Basketball Association (NBA) o tamanho conta. E muito. E essa é, logo à partida, uma vantagem para o cabo-verdiano Walter Tavares, que do alto dos seus quase 2.20 metros de altura, se destaca, literalmente, entre os demais jogadores. Jogador da Herbalife Gran Canaria (Espanha), o jovem cabo-verdiano prepara-se para ir para os Estados Unidos onde realizará vários testes em diferentes equipas NBA. As expectativas são positivas e os media americanos não poupam elogios ao jovem basquetebolista.
As negociações com a Liga ACB (liga espanhola de Basquetebol), a qual pertence o seu clube, estão já em curso. Em breve Walter Tavares, que é um dos 77 novatos escolhidos para o draft da maior liga do Basquetebol mundial, deverá partir para os Estados Unidos para realizar os testes.
Do grupo de novos jogadores, composto por 46 atletas que vêm das universidades americanas e 31 escolhidos no estrangeiro, Walter é considerado um dos 20 mais promissores, diz a imprensa. E é ainda uma das maiores promessas mundiais em termos de jogadores com mais de 2 metros, avaliaram fontes da NBA ao Yahoo Sports.
A descoberta
A imprensa americana está também rendida à história deste jovem de 22 anos, natural da ilha do Maio. Walter Samuel Tavares da Veiga foi descoberto por um turista alemão, em 2009, que, impressionado com o tamanho do rapaz, o recomendou à equipa da liga ACB das Ilhas Canárias. A equipa veio a Cabo Verde e em Novembro do mesmo ano levou o rapaz para a Gran Canaria para o ensinar a jogar. O maiense tinha então 17 anos e nunca havia tocado numa bola de basquetebol. Cinco anos depois, Walter, já a jogar para a Herbalife Gran Canaria, impressionou os olheiros da NBA, num jogo contra o Real Madrid, a contar para o Campeonato espanhol (Copa Del Rey).
Pelo caminho, ao longo dessa meia década, passou pela UB La Palma Isla Bonita da Liga LEB Oro e pela CB Grand Canaria da segunda divisão.
Walter, que também é conhecido por Edy, foi chamado para o torneio de basquetebol da Zona II africana em 2012 e integrou ainda a selecção cabo-verdiana no último Campeonato Africano de Basquetebol (Afrobasket), no ano passado.
Pontos fracos e fortes
Todos pasmam e se rendem à sua envergadura. “Tem as maiores mãos que eu já vi”, comentou alguém do meio com o jornalista Adrian Wojnarowski da Yahoo Sports. Porém também outros parâmetros são já alvo de observações.
Em termos de características de jogo, Walter não é visto como um grande marcador e o seu ataque é considerado inexperiente, mas é tido com uma boa força de bloqueio e um defesa cheio de potencial. Além disso, a imprensa e os experts da NBA acreditam que com treino adequado poderá melhorar em larga escala as suas qualidades.
A nbadraft.net, por seu lado, destaca o tamanho deste gigante, com um alcance de 2,40 metros, e a “excelente mobilidade para um grande homem com as suas dimensões”.
Quanto às projecções, várias equipas são já apontadas como eventuais interessadas no jogador cabo-verdiano, por exemplo Filadélfia ou a Cleveland Cavaliers.
Alguns jornalistas e fontes da NBA acreditam que Walter, que em 2013 retirou o seu nome do draft devido a sua inexperiência, irá conseguir entrar na primeira fase do draft. Não obstante, segundo um inquérito disponibilizado ao público pelo bleacherreport.com 62,3% dos votantes acredita que apenas irá entrar na segunda ronda. Seja como for, o nome de Walter tem vindo a ganhar projecção e o jogador, por vários motivos, tem de facto dado nas vistas.