O actual presidente da Comissão de Gestão da Federação Cabo-Verdiana de Futebol (FCF) e candidato às eleições de 28 de Outubro, Mário Avelino, revelou na semana passada que a Polícia Judiciária (PJ) estava a investigar suspeitas de corrupção na federação, nos mandatos de Mário Semedo e de Vítor Osório.
O Ministério Público confirma a investigação, mas esclarece que o que está em causa são suspeitas dos crimes de abuso de confiança e associação criminosa e não indica qual o período em causa.
Segundo a PGR, a investigação foi decidida em agosto depois de terem chegado ao conhecimento do Ministério Público "factos relativos à gestão da Federação Cabo-verdiana de Futebol susceptíveis de indiciarem a prática de ilícitos criminais".
"Atento à natureza e especificidade dos ilícitos, o Ministério Público delegou competências na Polícia Judiciária para realização de diligências de investigação, visando o esclarecimento dos factos e determinar a sua relevância jurídico-penal", adianta o comunicado.
Em conferência de imprensa, o actual presidente da Comissão de Gestão da FCF, Mário Avelino revelou ter recebido um pedido do departamento Central de Investigação à Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira da PJ a pedir, entre outros, o relatório de actividades de 2015.
O dirigente indicou que se trata de um relatório do primeiro ano de mandato de Vítor Osório como presidente da Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF), em que consta o desaparecimento de equipamentos no período de gestão de Mário Semedo.
Em agosto, após ser destituído do cargo, Vítor Osório denunciou o sumiço de mais de 700 equipamentos, patrocinados pela empresa portuguesa Lacatoni, que nunca terão chegado ao destino e dos quais não se conseguiu encontrar o rasto.
Na mesma altura, Mário Semedo desmentiu o desaparecimento dos equipamentos da selecção.
Na conferência de imprensa, Mário Avelino informou que a PJ cabo-verdiana solicitou ainda documentos relativos a um contrato de arrendamento entre Mário Semedo, a empresa Locatoni e três outras partes.
O dirigente, que agora termina funções para a realização de eleições antecipadas, informou ainda que a PJ pediu igualmente documentos sobre a relação de importação feita em nome da FCF por uma loja de venda de equipamentos na cidade da Praia.
Mário Avelino dirigiu a FCF após a destituição, em agosto, da então direcção liderada por Vítor Osório, por causa da polémica em torno do campeonato nacional.
As eleições para o novo presidente do órgão que rege o futebol cabo-verdiano estão marcadas para dia 28 deste mês.
Além de Mário Avelino, Mário Semedo, um dos alegados visados na investigação, apresentou também a sua candidatura à presidência da federação.