Cinco competições nacionais em cinco dias é uma aposta ambiciosa para uma jovem federação que teima em querer afirmar-se pela positiva, proporcionando aos xadrezistas nacionais a oportunidade de competirem em provas devidamente homologadas pela Federação Internacional de Xadrez (FIDE).
Perguntamos a Francisco Carapinha, actual presidente da FCX, quais os apoios com que contava para a realização dum evento desta envergadura e a sua resposta foi imediata: “Poucos, para não dizer nenhuns. Além da colaboração da Residencial Beleza que irá acolher os participantes de outras ilhas, do Clube Shell que nos cede o espaço onde decorrerão as competições e do apoio logístico que a Papelaria Pinéu nos oferece, nada disto representando qualquer apoio financeiro, não contamos com mais nada, além da pequena verba que nos foi atribuída através do contrato programa que assinamos com a DGD”.
Realizando-se o evento por altura das Festas do Município de São Vicente, Carapinha estranha que a Câmara Municipal local não se tenha associado ao evento. “Por ser o evento que é, a decorrer durante as festividades de S. Vicente, também pensei que a Câmara Municipal estivesse interessada em associar-se. Tive uma reunião com o senhor vereador do Desporto onde lhe apresentei todo o evento, demonstrando-lhe o engrandecimento que o mesmo trará ao concelho. O senhor vereador, verdade seja dita, pareceu-me entusiasmado com a hipótese de a Câmara comparticipar no evento e eu fiquei com a ténue esperança que isso finalmente viesse a acontecer. Perdi as esperanças todas quando, por altura da tomada de posse do Sr. Delegado da DGD, em S. Vicente, questionei, primeiro o Sr. Vereador e depois o Sr. Presidente da Câmara, sobre a hipótese da autarquia se associar a este evento. O que ouvi, chegou-me para perceber que a Câmara, ou o seu Presidente, não estão para aí virados. Estabeleci um prazo para uma resposta, se não a houvesse consideraria como uma recusa. A resposta não existiu e o assunto terminou. Não tenho espírito para mendigar. Ainda estou à espera da resposta a um pedido que fiz ao Sr. Presidente em 14/02/2017, para a cedência de um espaço para sede da FCX. Definitivamente, o xadrez, como jogo, não deve fazer parte do vocabulário do Sr. Presidente da Câmara Municipal de S. Vicente ”. Depois deste desabafo à parte, o presidente da FCX apresentou algumas novidades acerca desta competição, que passam pelo facto de as equipas, em cada uma das competições, rápidas ou semi-rápidas, terem de competir com os 4 mesmos jogadores, permitindo, eventualmente, haver mais equipas. Em relação à equipa de arbitragem, Carapinha adiantou que um dos árbitros será o Internacional Carlos Dias que esteve recentemente a arbitrar os Campeonatos do Mundo de rápidas e semi-rápidas decorridos em Riade. “Ou seja, teremos a arbitrar os nossos campeonatos nacionais o mesmo árbitro que arbitrou nos campeonatos do mundo, prestigiando a nossa competição”.
Quando ao Campeonato Nacional de Equipas (clássicas), espera-se que venha a ser uma competição muito renhida e que proporcione boas partidas. Embora não confirmada, a FCX espera que aconteça a participação dos campeões regionais e do campeão nacional de 2017.
Embora ainda não sejam conhecidas a totalidade das equipas e dos jogadores participantes, certamente que em S. Vicente, Santo Antão, Sal, Praia e S. Nicolau se estão a preparar para que a Festa do Xadrez seja rija e com a qualidade pela qual a FCX tem pontuado.
Brevemente saberemos se Gil Teixeira e Académica da Praia, nas semi-rápidas e Edson Brito e a ODERF, nas rápidas, renovarão ou passarão o testemunho dos respectivos títulos Nacionais e qual será a equipa que conquistará o primeiro título de campeã nacional de clássicas.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 841 de 10 de Janeiro de 2017.