Regressar a Coubertin

PorLeonardo Cunha,29 mai 2020 8:45

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O eMuseu de desportos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) realizou um acordo com o Comité Brasileiro Pierre de Coubertin (CBPC) para organizar um acesso virtual e aberto à exposição internacional que fornecerá base histórica aos debates atuais sobre a reinvenção do desporto e dos Jogos Olímpicos na era pós-pandêmica.

Esta iniciativa trata de ser uma exposição on-line que traçará experiências anteriores, mostrando como Pierre de Coubertin lidou com crises, conflitos de interesse e muitos outros desafios que levaram a frequentes adaptações do Movimento Olímpico enquanto este se expandia em todo o mundo.

Esta exposição on-line estará disponível de 5 a 16 de junho de 2020 no endereço https://emuseudoesporte.com.br e qualquer pessoa com acesso à internet pode explorar o conteúdo da exposição.

Esta iniciativa é de uma importância extrema, pois de facto, estamos numa altura de grandes desafios e necessitamos de uma visão aprofundada de como o Movimento Olímpico terá de se reinventar para não entrar em declínio.

O regresso a Coubertin tem grande significado por vários motivos. O primeiro motivo é que as ideias de Coubertin são baseadas em valores inegáveis para o avanço e desenvolvimento da humanidade. Ao lançar o futuro do Movimento Olímpico baseado nestas oportunidades de futuro é recomendável recuperar os seus textos e ideias. As ideias de Pierre de Coubertin não têm data de validade quando se refere à transformação de um mundo melhor.

Outro dos motivos diz respeito à aprendizagem que pode ser feita com o passado. Voltando aos desafios que o Movimento Olímpico teve de ultrapassar desde a sua fundação, podemos claramente perceber os mecanismos que levaram a que eles pudessem ser ultrapassados.

Outro motivo deriva do discurso do Presidente Estadunidense Jonh F. Kennedy. Ele proferiu que a palavra crise escrita em chinês tradicional (危机 – “wei-chi”) tem duplo significado. Quando lidos em conjunto, o primeiro caracter - “Wei” (危) significa risco e o segundo caracter – “chi” (机) significa oportunidade. Mesmo que tenha sido derivado de uma retórica de wishfull thinking, esta visão é perfeitamente adequada para a atitude que devemos ter agora. Além de ser um momento de crise, também é uma oportunidade de recuperação de algo que possa estar perdido e que o próprio Movimento Olímpico necessita para se reencontrar com Coubertin.

As organizações ligadas ao Movimento Olímpico já identificaram algumas das oportunidades adjacentes do momento que vivemos atualmente. Para isso basta ler os discursos do presidente da World Atheletics Sebastian Coe ou mesmo do próprio presidente do Comité Olímpico Internacional Thomas Bach. Os discursos adotados por ambos são vincados num ideal que Tokyo2020 representa agora a “luz ao fundo do túnel” no final desta pandemia. Representa também o sinal da união dos esforços de todos os povos do mundo para vencer esta pandemia.

Para isso, as chamas olímpicas mantêm-se acesa em Tóquio, os Jogos Olímpicos continuam a ser o sonho tornado realidade para muitos jovens atletas e os valores de Pierre de Coubertin terão de se manter uma bússola norteadora para o futuro do Movimento Olímpico. No eMuseu de desportos da UERJ poderemos ter uma nova oportunidade para redescobrir os ensinamentos que Pierre de Coubertin.

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Autoria:Leonardo Cunha,29 mai 2020 8:45

Editado porSara Almeida  em  29 mai 2020 15:39

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