A campanha, lançada na quarta-feira pelo advogado e activista japonês Kenji Utsunomiya, é dirigida aos presidentes do Comité Olímpico Internacional (COI) e do Comité Paralímpico Internacional (IPC), Thomas Bach e Andrew Parsons, respetivamente.
É também dirigida ao primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, ao ministro responsável pelos Jogos Olímpicos, Tamayo Marukawa, à governadora de Tóquio, Yuriko Koike, e ao presidente do Comité Organizador de Tóquio 2020, Seiko Hashimoto.
A iniciativa pede que os recursos atribuídos a estes eventos sejam usados para “proteger vidas”, denuncia que “a pandemia esteja longe de ter terminada” e, conclui a organização, colocará vidas humanas em risco.
O acolhimento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos “não será possível sem a ajuda de numerosos profissionais de saúde, instituições médicas e valiosos recursos médicos. Contudo, vários profissionais médicos já disseram publicamente que não há lugar para mais exigências”, acrescenta a petição.
Os trabalhadores da saúde no Japão revoltaram-se contra o plano de destacar 10 mil funcionários da área para os Jogos Olímpicos, numa altura de enorme pressão da quarta vaga da covid-19 no país. O estado de emergência, em vigor nas regiões mais populosas, vai ser prolongado até ao final deste mês, devido ao aumento dos casos.
“É muito possível que a realização dos Jogos Olímpicos conduza a um cenário de super-contágio”, que agravará a situação actual, acrescentou a petição.
Na quinta-feira, o COI anunciou um acordo para que a Pfizer e a BioNTech doassem doses da vacina contra a covid-19 para os participantes nos Jogos, incluindo atletas, treinadores, federações e representantes de comités nacionais.
A petição, em Change.org, lembra que as sondagens efectuadas no Japão mostraram que 80% dos inquiridos não querem a realização de Tóquio2020, e pede ainda aos responsáveis dos organismos envolvidos que ouçam “as vozes de dentro e de fora do Japão” em defesa do cancelamento dos Jogos.