Planeta Verde, Movimento Olímpico e Desporto

PorLeonardo Cunha,29 out 2021 8:22

Numa declaração durante a reunião da ANOC (Associação Mundial de Comités Olímpicos) que decorreu entre 24 e 25 de outubro na Grécia, o Presidente do COI (Comité Olímpico Internacional) – Thomas Bach, declarou que se compromete a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 50 por cento até 2030. Esta declaração vem antes da reunião do Clima da ONU (COP26), que será realizada no final de outubro em Glasgow, na Grã-Bretanha.

O Presidente Bach afirmou que “A crise climática é indiscutivelmente o maior desafio que a humanidade enfrenta e está afetando todas as áreas de nossas vidas, incluindo o desporto, é claro, como uma parte importante da sociedade. Ao reduzir ainda mais nossas emissões de carbono, fortalecemos nossa contribuição para a realização do acordo de Paris, acompanhamos os últimos avanços científicos sobre mudança climática e contribuímos melhor para esse esforço global. Exortamos todas as outras organizações desportivas a fazerem o mesmo.”

O anúncio do COI ocorre após a publicação do Sexto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) - o principal organismo internacional para a avaliação das mudanças climáticas. Publicado em agosto de 2021, o relatório descobriu que a mudança climática induzida pelo homem está se intensificando em um ritmo sem precedentes.

Outras organizações de relevo mundial já mostraram semelhante preocupação. Exemplo disso foi em junho de 2019, em que representantes dos quatro Grand Slams de ténis reuniram-se em Roland Garros, em Paris – em meados do torneio do Open de França – comprometendo-se a desempenhar o seu papel na resolução das alterações climáticas através da medição e redução das emissões de carbono pelas quais são responsáveis, e compensando as emissões que são inevitáveis.

Foi visto como uma grande declaração de quatro organizações desportivas de grande relevo e influentes. Roland Garros é reconhecido como um dos líderes deste movimento, reduzindo as suas emissões de carbono de forma constante desde 2009, enquanto o Open da Austrália, US Open e Wimbledon estão em várias fases da sua jornada de sustentabilidade.

James Grabert, que representou a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC) durante o anúncio, felicitou as organizações. Mas a sua mensagem era clara: "Precisamos de mais ação." Para incentivar as organizações desportivas a alinharem-se com o Acordo Climático de Paris de 2015, a UNFCCC produziu o seu Quadro de Desportos para a Ação Climática, em dezembro de 2018, na COP24.

Até agora, a sustentabilidade no desporto tem sido, em geral, em torno de clubes e organizações que "ecologizam" as suas próprias operações. Estádios sustentáveis alimentados (em parte) por energias renováveis. Sistemas de gestão de resíduos para limitar a quantidade de lixo que vai para o aterro. E estratégias de eficiência energética.

No entanto, existem alguns desafios a navegar antes que a sustentabilidade seja vista como um conceito mainstream no desporto. Embora o ambiente esteja intrinsecamente ligado a praticamente todos os desportos (e à sua saúde futura), muitos dos que ocupam cargos de liderança na indústria simplesmente não o vêem como uma questão central.

As evidências sugerem que a sustentabilidade ambiental continuará a ser um tema crescente no desporto, ainda que apenas pelo facto de o clima extremo estar a representar uma ameaça existencial para muitas competições. Mas à medida que os fãs se tornam mais conscientes sobre o seu estilo de vida e escolhas recreativas, as entidades desportivas de pensamento avançado reconhecerão uma oportunidade de fortalecer a sua marca e de tirar outra vantagem competitiva fazendo a coisa certa.

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Autoria:Leonardo Cunha,29 out 2021 8:22

Editado porAndre Amaral  em  31 out 2021 8:44

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