Modelo de desenvolvimento do Desporto

PorLeonardo Cunha,17 jun 2022 7:32

Esta semana tive o grande privilégio de receber uma nova obra escrita pelo autor Jorge Vilela de Carvalho onde versa sobre o sistema político desportivo e o modelo de financiamento em Portugal. O autor é um reputado gestor que foi diretor do Departamento de Desporto do instituto Português do Desporto e Juventude de Portugal durante 10 anos (2012/2022). Além disso, assumiu funções de consultor e docente universitário e teve na sua atuação um grande destaque internacional.

A sua obra vem em boa hora, numa altura que a Direcção-Geral da Educação, Juventude, Desporto e Cultura da União Europeia lança um novo estudo sobre o Modelo Desportivo Europeu (ESM). Este modelo é um pilar essencial da organização do desporto na Europa. O ESM Está organizado numa base autónoma, democrática e territorial com uma estrutura em pirâmide. O Comité Olímpico Internacional (COI) veio também tomar uma posição em nota enviada, onde expressa preocupações e faz recomendações que possam tornar esse modelo mais robusto, perante as ameaças de que tem sido alvo.

Existe um claro alinhamento das recomendações do COI acerca do modelo europeu do desporto com a sua agenda 2020+5, sendo que o modelo europeu tem na sua base um sistema de solidariedade que se reforça mutuamente. Este modelo tem como base o desporto amador e é igualmente baseado em valores num regime de solidariedade financeira, implicando a existência de apenas uma federação por desporto e por país. Esta estrutura é baseada em competições abertas e em atividades voluntárias com legítima autonomia.

Na obra referenciada inicialmente, o autor, realiza um estudo durante 2020 e 2021, que reflete uma análise dos principais subsectores desportivos, públicos e privados, que integram o sistema político desportivo em Portugal. Também versa sobre as fontes e os modelos de financiamento de suporte à participação e, na prática regular do desporto e da atividade física.

Este estudo, apresenta-se como uma crítica refletiva aos programas realizados em Portugal e a sua eficácia. Começa por fazer um levantamento nos domínios da conceção e história do desporto em Portugal e de uma descrição da política, estrutura, participação desportiva, fontes e modelo de financiamento.

O autor conclui com um conjuntos de propostas de reforma do sistema político nas quais enalteço a (1) necessidade de constituição de uma visão estratégica com medida a curto, médio e longo prazo, (2) Um alinhamento dessa visão a nível governamental e não governamental e (3) com as tendências propostas pelos objetivos de desenvolvimento sustentável, (4) reestruturação das organizações desportivas não governamentais criando uma relação mais eficaz, (5) revisão do Modelo de Financiamento do Desporto e as suas fontes de financiamento com especial atenção à captação de recursos no âmbito da diplomacia internacional e (6) Definição de um posicionamento estratégico a nível da cooperação.

A base do ordenamento jurídico do Desporto em Cabo Verde é muito similar ao de Portugal. O Próprio modelo de desenvolvimento é baseado no Modelo Europeu do Desporto. Portugal mantém grandes desafios neste domínio, nomeadamente a nível da participação da atividade física da população. Cabo Verde pode (e deve) antever a ultrapassagem destes desafios, por um benchmarking virtuoso, baseado em boas práticas de outros países bem-sucedidos nesta área, numa relação de diálogo e troca de conhecimento, potenciando assim um desenvolvimento acelerado no papel do desporto como meio de desenvolvimento social.

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Autoria:Leonardo Cunha,17 jun 2022 7:32

Editado porA Redacção  em  17 jun 2022 15:29

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