A Polícia Marítima, em conjunto com os nadadores-salvadores, chamam a atenção para que as pessoas nadem nos lugares seguros, para haver comportamentos mais defensivos do ponto de vista de segurança das pessoas.
Deste modo, deixou um conselho no sentido de os banhistas colaborarem, não frequentando áreas de risco ou zonas de perigo e colaborarem com aquilo que são as advertências das autoridades, tanto policial como de nadadores-salvadores enquanto coadjuvantes na assistência dos banhistas e na segurança aquática.
Na sequência disso, o Diretor Nacional da Educação, Adriano Moreno, diz que as escolas podem introduzir a natação como oferta extracurricular. Segundo diz, o plano curricular da disciplina de educação física está em desenvolvimento para ser discutido com as escolas.
Vários professores de Educação Física manifestaram-se de acordo com a “Inforpress” em peça de 23 Julho indicando que a introdução da natação nas aulas de Educação Física no país “é importante”. Afirmaram que para isso seria preciso a criação de uma piscina municipal, já que o mar que circunda as ilhas é “perigoso e com surpresas constantes”.
Contudo, um destes professores, Gamal Mascarenhas Monteiro, professor de Educação Física na Escola Cesaltina Ramos adianta que a natação está incluída no conteúdo da educação física escolar, mas que para trabalhá-la “não é uma tarefa fácil”, já que não se dispõe de uma piscina municipal para a realização das aulas. Este professor admite ainda que não se aventura a levar os alunos ao mar para a prática de natação, não só pela insegurança do mar, mas também pela “indisciplina dos alunos que não obedecem”.
De facto, o professor Gamal evidencia o que é (estranhamento) do desconhecimento geral de que (1) A Natação é conteúdo dos programas da disciplina de Educação física – 2.º ciclo de agosto de 2018 (pág. 14) como "sugestões de Modalidades Facultativas Individuais e coletivas, abertas às escolhas do professor e condições da escola” para o 7.º e 8.º ano e que (2) a Natação é modulo obrigatório nas licenciaturas de Educação Física e Desporto na Uni-CV (sendo até condição e pré-requisito de admissão a prova de natação).
O primeiro Bacharel de Educação Física em Cabo Verde (Uni-CV), teria até as suas aulas na praia de Kebra Kanela (lugar dos afogamentos) e brilhantemente ministrados pelo Prof. Emanuel Charles D’Oliveira (Monaya). Então, parece-me desadequada o discurso de “introdução da Modalidade” nos currículos ou na formação inicial dos professores. Estas condições já estão garantidas e onde o que está em falta é o que foi salientado pelo Professor Gamal, quando diz que existe falta de condições para que este ensino seja efetivo.
Uma ação que me parece óbvia, é uma ação de reciclagem de professores com introdução de uma ação piloto considerando as condições necessárias para ser efetiva a lecionação deste conteúdo. Citando as palavras do Sr. Presidente da Federação Cabo-verdiana de Natação (FECAN) – Avelino Bonifácio – “Num país rodeado de mar como Cabo Verde, não saber nadar é como não saber andar”.