Esses dados foram apresentados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), segundo o qual os adultos com a idade de 25 a 34 anos e os idosos com a idade superior a 65 anos representam 15,7% e 2,9%, respectivamente, da população cabo-verdiana que pratica alguma actividade física ou desporto.
Em termos territoriais, o INE indica que 65% dos praticantes estão na Cidade da Praia (32,6%) e São Vicente (17,2%), sendo que os restantes 32% se distribuem pelos os restantes concelhos.
A nível de género, precisa que 56,8 dos homens praticam desporto ou actividade física, contra 43,2% das mulheres, com maior incidência na Boa Vista, Praia, São Vicente, Sal, Tarrafal de São Nicolau, Ribeira Brava, Santa Catarina do Fogo e Santa Catarina de Santiago.
Entretanto, os dados apontam a construção e melhoria das infra-estruturas desportivas como factores essenciais para a prática do exercício físico e do desporto.
Cabo Verde conta com 782 infra-estruturas desportivas, 80,4 % das quais públicas e 19,6% privadas, e das quais 312 são placas desportivas, 182 polivalentes, 107 campos de terra batida (pelado), 68 ginásios, 45 campos de futebol de 11, 44 streetbasket, 25 campos de futebol de sete, 24 campos de ténis, 17 estádios de futebol, 12 pavilhões e seis pistas de skates.
Quanto às razões para a prática do desporto ou exercícios físicos, os cabo-verdianos ouvidos no primeiro Censo do Desporto apontam a melhoria da saúde, a aparência física, ocupação dos tempos livres e alívio do stress.
Os que não praticam, tantos os homens como as mulheres, justificam-se, na sua maioria, com a falta de tempo e gosto pelo desporto ou pela prática de qualquer actividade física.
O Censo do Desporto, realizado pelo INE em parceria com o IDJ, consiste no levantamento e registo de um conjunto de dados e indicadores estatísticos sobre o desporto nacional, que permite o conhecimento da situação desportiva do País, bem como dos diversos factores de desenvolvimento desportivo.
De acordo com os organizadores, fornece um manancial de informações e indicadores referentes a diversos aspectos, como os hábitos desportivos dos indivíduos, a demanda e o consumo do desporto, infra-estruturas desportivas existentes no país, organizações desportivas formalmente constituídas, agentes desportivos, entre muitos outros. Por outro lado, vai disponibilizar informações permitindo uma melhor informação, compreensão, formulação, seguimento e avaliação das políticas e programas sobre o desporto, com base em informações fiáveis.
Na sua primeira fase, que se iniciou em Fevereiro do ano passado, o Censo incidiu sobre a recolha de dados junto às famílias, através de um inquérito a uma amostra de 6.740 agregados familiares, sobre a prática desportiva, a procura do desporto, perfil dos praticantes de desporto, entre outros.
A segunda fase privilegiou o levantamento exaustivo de dados e caracterização de todas as infra-estruturas desportivas do país, nomeadamente, pavilhões, polidesportivos, pistas de atletismo, ginásios e placas desportivas.
A terceira e última fase vai incidir sobre a recolha de dados administrativos junto às organizações desportivas (federações, associações, clubes e escolas de iniciação) e instituições consideradas, por lei, como um subsistema do desporto (Ministério da Educação, Ministério da Defesa Nacional, Ministério do Turismo e as Câmaras Municipais).
Os resultados finais vão ser apresentados no mês de Maio, conforme anunciou o ministro do Desporto, Carlos Monteiro, que presidiu à cerimónia de lançamento dos dados da primeira e segunda fases.
O projecto foi lançado em Novembro de 2021 e é financiado pelo Banco Mundial.