As bolsas europeias iniciaram a semana em forte queda, com perdas generalizadas. As fortes desvalorizações foram impulsionadas pela bolsa chinesa, que registou a maior queda dos últimos oito anos.
O principal índice da bolsa de Lisboa, o PSI20, encerrou a perder 5,80% - a pior sessão desde 2007 - com todas as cotadas no vermelho. Na Europa, Londres terminou a sessão a perder 4,67%, Paris caiu 5,35%, Frankfurt recuou 4,70% e Madrid cedeu 5,01%.
Num dia de grandes dores de cabeça nos mercados, depois da queda de 8,49% em Xangai, o sentimento alastrou-se também aos Estados Unidos. Em Wall Street, os principais índices abriram com significativas desvalorizações. Nos primeiros minutos da primeira sessão da semana, o Dow Jones perdia 8,81%, o S&P 500 caia 4,82% e o Nasdaq recuava 8,03%. Antes do início das negociações, e perante a volatilidade de Europa e China, já tinha sido suspensa a negociação de futuros.
À Bloomberg, Michael Holland, da Holland & Co, dizia que estamos perante "uma segunda-feira negra".
As acções das empresas de matérias-primas são as mais afectadas, nomeadamente petróleo - que no seu mercado específico está a negociar abaixo dos 45 dólares, em mínimos de seis anos.
Os analistas olham para esta "black monday" (procure pela hashtag nas redes sociais) como o resultado da combinação uma série de variáveis, ou de incertezas, se preferir: arrefecimento da economia chinesa, cada vez mais certo e cada vez mais expressivo; incerteza na zona Euro, com a instabilidade política em Atenas (já agora, a bolsa grega caiu mais de 10%) e a esperada divulgação de dados macroeconómicos na união monetária; política monetária norte-americana, e as dúvidas sobre o que vai fazer a Reserva Federal perante os riscos de 'desinflação' que a situação a oriente acarreta.
Nada se compara, porém, ao que representa a deterioração económica chinesa. Desde logo, porque a segunda maior economia do mundo é também um dos principais consumidores de matérias-primas e um crescimento mais lento ou anémico terá um efeito dominó totalmente imprevisível.
Este fim-de-semana, Pequim anunciou que vai permitir que os fundos de pensões invistam em acções. É mais uma medida para tentar conter as perdas e, pelo menos por enquanto, mais uma decisão sem qualquer resultado prático.