O processo de reestruturação de TACV - Cabo Verde Airlines implica o despedimento de mais de 200 trabalhadores. O programa de pré-reforma, que abrange mais de 100 trabalhadores, está igualmente consagrado na reestruturação de TACV, existindo acordo sobre as condições, idades e as percentagens salariais a atribuir.
"É um processo que se está a fazer e será o melhor que conseguirmos. temos de olhar para a frente", sintetiza Mário Chaves, ao falar na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), à margem da apresentação da estratégia de turismo de Cabo Verde e Brasil, com parceria da Embratur, entidade do turismo brasileiro.
A desempenhar as funções de director executivo de TACV desde Agosto do ano passado, Mário Coelho admite que "é difícil gerir" a realidade da companhia de bandeira.
"É gerir pensando no futuro, no sonho de Cabo Verde", afirma, esclarecendo que a estratégia de TACV e Embratur, com novas rotas, "é um projecto de sonho".
A estratégia inclui a abertura de novas rotas, novas tarifas de viagem e a apresentação do programa Cabo Verde Stopover, que permitirá uma estada turística em Cabo Verde durante sete dias, sem custos adicionais.
"Queremos cimentar uma parceria forte com a Embratur e mostrar a nossa dedicação para com o mercado brasileiro, que é dos mais importantes onde operamos neste momento. O Brasil é um mercado enorme, em constante expansão e não podíamos deixar de aproveitar esta onda de crescimento", assinala Mário Chaves.
Para o director executivo de TACV, a consolidação da operação para o mercado brasileiro, com a abertura de rota para Salvador (a partir do verão) e o reforço dos voos para Recife, duas vezes por semana, e previsão de uma terceira frequência neste mês, significa "uma porta aberta entre a Europa e o Brasil, tendo Cabo Verde como elo de ligação".
Mário Coelho refere-se ao facto de, nos últimos quatro meses, a companhia ter transportado 7.187 passageiros (média de 1.800 por mês) na ligação aérea entre o Brasil e a Europa.
O diretor-geral do Turismo e dos Transportes, Francisco Martins, esteve igualmente presente na BTL e afirmou que "esta nova estratégia espera abrir novos horizontes para a companhia aérea e aprofundar mais as relações entre a nação cabo-verdiana e o Brasil".
A TACV, que acumulou mais de 100 milhões de euros de passivo, apenas tem operação internacional e deixou de fazer voos domésticos que, desde Agosto, passaram a ser asseguradas pela Binter Cabo Verde.
Paralelamente, o Governo assinou um acordo com o grupo Icelandair para a gestão da operação internacional da companhia e a reestruturação da empresa com vista à sua privatização.