“Não acreditando que o negócio internacional da TACV seja atractivo suficiente para motivar o investidor estrangeiro, penso que se deveria alargar o segmento internacional e reforçar e viabilizar o segmento doméstico a custos comportáveis política, social e economicamente”, afirmou António Neves.
O ex-gestor defendeu que o Governo deveria manter o serviço público de transportes aéreos, assim como os transportes marítimos.
Sobre a reestruturação dos TACV, António Neves disse que não confia nas pessoas que foram chamadas para formatar o novo negócio da TACV.
“Estive praticamente quatro anos na TACV e conheço todas as pessoas, nomeadamente quadros e técnicos que trabalham na companhia. E não vejo que essas pessoas tenham lastro para pensarem a companhia e propor soluções”, sustentou o gestor.
Relativamente à privatização da companhia aérea cabo-verdiana, António Neves desconfia.
“A minha dúvida é se há algo para ser privatizado na TACV”, concretizou.
Durante a audição, António Neves afirmou que os problemas estruturais da companhia iniciaram-se com a abertura das operações internacionais, na década de 90.
Entretanto, garantiu que durante a sua gestão, entre 2008 e 2012, a companhia apresentou “resultados, melhorou do ponto de vista comercial, de indicadores técnicos, recuperou a imagem no mercado e começaram a aparecer interessados na empresa”.
No âmbito da reestruturação da empresa, a TACV deixou de fazer voos domésticos entre as ilhas desde Agosto de 2017, que passaram a ser assegurados em pela Binter Cabo Verde.
O Governo assinou também um acordo com o grupo Icelandair para a gestão da operação internacional da companhia e reestruturação da empresa, com vista à sua privatização.
A Comissão Parlamentar de Inquérito para “apurar os actos de gestão dos TACV”, de 1975 a 2017, foi proposta pelo MpD.