O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, que presidiu à cerimónia, disse que este investimento mereceu o estímulo do Governo, porque representa criação de riqueza, emprego e rendimento global da economia do país.
“Esse é o caminho que o país deve percorrer. É particularmente no sector industrial, onde nós ainda temos um longo caminho a percorrer. Nós temos que criar condições, não só de oferecer em condições de competitividade e qualidade o mercado turístico em crescimento, assim como exportar para o mercado externo”, ressaltou Correia e Silva
Para Correia e Silva, a materialização do projecto deve servir de modelo para ser multiplicado noutros sectores como a agro-indústria, pescas, indústria conserveira, entre outros.
Mas isto não significa o fechar das portas aos investimentos externos. “Há crescimento com empresas, com o sector privado, e compete ao Estado aos governos criar todas as condições para que o ambiente de negócio seja bom, haja incentivos, para que o financiamento esteja disponível aos investidores”, salienta.
“A lei não é proteccionista”, defende Ulisses Correia e Silva, garantindo que a medida de agravar os direitos de importação nos produtos, como leite e seus derivados e sumos de fruta, está de acordo com as regras da OMC. Para o Primeiro-Ministro, para que a “indústria floresça, o Governo não tem que ser um elemento passivo”.
Quanto ao mercado de comércio único entre vários países africanos, estes investimentos representam uma grande oportunidade. “Se tivermos condições e capacidade de empreender e exportar, isso significa maior abertura do mercado, mas essa iniciativa tem um caminho longo a percorrer porque há barreiras ainda existentes no mercado africano”, diz Ulisses Correia e Silva.
Para Alfredo Carvalho, presidente do conselho de administração da Tecnicil Indústria, o projecto “significa mais emprego mais rendimento e o contributo para o crescimento da economia cabo-verdiana.”
Entretanto, a implementação de um projecto desta magnitude enfrenta dificuldades, não apenas na mobilização de financiamento. “Primeiro, a mobilização do recurso está muito difícil. Nós tivemos de recorrer a financiamento externo”, sublinha Carvalho.
O problema de montar uma indústria do tipo em Cabo Verde enfrenta também dificuldades a nível do ambiente envolvente. “Existe como que intenções claras de não deixar que a indústria nacional cresça, que o investimento nacional vingue e isso é pior do que os problemas de financiamento”, diz Alfredo Carvalho.
A Tecnicil Indústria emprega um total de duas centenas de pessoas. Só o projecto ligado à nova linha de produção dá emprego a perto de 80 trabalhadores.