PIB cresceu 4,7% no último trimestre de 2017

PorAndre Amaral,9 abr 2018 6:47

O PIB cresceu 4,7% no terceiro trimestre do ano passado anunciou, ontem, o Instituto Nacional de Estatística. Exportações e importações registaram crescimentos de 17% e 16,6% no último trimestre de 2017.

Segundo o relatório do Instituto Nacional de Estatística, o crescimento do PIB em 4,7% é justificado pelo “maior contributo das despesas do consumo final e das exportações. A aceleração do consumo final resulta, principalmente do aumento das despesas do consumo final das famílias”. No entanto, quando comparado com o crescimento económico do terceiro trimestre do ano passado, o INE nota que a economia cresceu menos, uma vez que, no período de Julho a Agosto de 2017 a economia nacional cresceu 4,9%.

O INE avança igualmente que no 4º trimestre do ano passado o Consumo Final teve um crescimento de 5,1%, um valor muito abaixo do que se tinha registado no período imediatamente anterior (12,2% no terceiro trimestre de 2017). Menor foi também o crescimento do consumo privado. Segundo o INE, em termos homólogos o crescimento do consumo privado foi 6,9% no último trimestre de 2017. Mas, quando comparado com o terceiro trimestre do mesmo ano, nota-se igualmente uma diminuição drástica, passando de 11,1% no período entre Julho e Setembro para 6,9% observados nos últimos três meses do ano.

“O Investimento registou uma variação homóloga positiva, de 11,3% em volume no 4.º trimestre de 2017 (variação -12,2% no trimestre anterior)”, acrescenta o INE.

Exportações e Importações aumentam

O documento do INE mostra igualmente que as Exportações de Bens e Serviços em volume “registaram no 4.º trimestre, uma variação homóloga de 17,0%. Segundo os dados da Balança de Pagamentos, as exportações de bens diminuíram, 8,0% e as exportações de serviços apresentaram uma variação homóloga de 10,9% no 4.º trimestre de 2017”.

Já no que respeita às Importações de Bens e Serviços, em termos homólogos, o Instituto Nacional de Estatística avança que estas aumentaram 16,6%. “Com base nos dados da Balança de Pagamentos, as importações de bens tiveram uma evolução positiva de 13,3% e, as importações de serviços registaram um aumento de 14,1%, no 4º trimestre de 2017, quando comparadas com o período homólogo”.

Dinâmica, diz o governo

Para o ministro das Finanças, Olavo Correia, os dados do desemprego que foram ontem revelados pelo Instituto Nacional de Estatística e que anunciaram uma diminuição da taxa de desemprego “para 12,2% em 2017, confirmam a dinâmica do nosso sector privado”.

“São as empresas que têm o mérito na criação de empregos dignos, gerando rendimentos para as pessoas e mais felicidade para as famílias”, declarou Olavo Correia numa publicação feita no Facebook.

Para o MpD os dados revelados são positivos.

Em conferência de imprensa, Miguel Monteiro, secretário-geral do partido que sustenta o governo, mostrou-se convicto que “o governo tudo fará para continuar a aumentar o ritmo de crescimento que nós temos”.

“Acreditamos piamente que é possível chegar aos 7%, aquilo que eventualmente poderá ser mais difícil é a média dos 7%, mas é claramente possível chegar aos 7%. Eu diria até mais, é claramente possível ultrapassar esses 7%”, acrescentou Monteiro.

Crescimento alinhado com valores do FMI

O chefe da missão do FMI a Cabo Verde, Max Alier, tinha anunciado, em Fevereiro, que a “recuperação económica [de Cabo Verde] está a ganhar impulso, o que reflecte um ambiente externo mais favorável e os resultados das reformas económicas em curso”. Tendo isto em conta, o FMI apontava para que a economia nacional venha a crescer 4,3% durante este ano, o que significa um aumento relativamente ao ano passado em que o FMI aponta para um crescimento de 4% e que se sustenta “no crescimento de dois dígitos da entrada de turistas, na recuperação do crédito ao sector privado, e na maior confiança dos consumidores e do sector dos negócios”, destacou Alier.

Na altura, o FMI previa, igualmente, que o crescimento da economia nacional estabilizasse “por volta dos 4%, respaldado na maior confiança dos investidores na sequência da execução do programa de reforma das autoridades”.

“Cabo Verde alcançou uma consolidação orçamental impressionante nos últimos anos”, acrescentou o chefe de missão do FMI, que, no entanto, alertou que “a redução da dívida pública se tem revelado um desafio”.

Segundo Max Alier, os dados recolhidos pelo FMI apontam para que a dívida pública esteja agora nos 126,5% do PIB, “assinalando a primeira queda em dez anos” enquanto o défice orçamental registou uma diminuição de 3%. “A meta do défice orçamental fixada em 3,1%” do PIB registada no Orçamento do Estado “é viável, embora exija esforços assertivos de continuar a reforçar a direcção da administração fiscal e aduaneira, e garantir que a alienação de activos públicos que atrasou no ano passado se concretize em 2018”.


Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 833 de 04 de Abril de 2018.

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Autoria:Andre Amaral,9 abr 2018 6:47

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  9 abr 2018 6:47

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