"É importante reforçarmos a componente económica. Essa componente económica será dificilmente alcançada se não houver a constituição de uma instituição financeira, um banco de todos os nossos países, que alavanque a cooperação para o desenvolvimento de cada um deles", sugeriu Vítor Ramalho.
O secretário-geral da UCCLA falava à imprensa, na cidade da Praia, à margem do arranque do VIII Encontro de Escritores de Língua Portuguesa, que junta na capital cabo-verdiana uma dezena de escritores.
Para Vítor Ramalho, a constituição de um banco de todos os países é um hoje "absolutamente fundamental", apesar das condicionantes financeiras de alguns países.
"É fundamental que países com situações financeiras diversas cheguem a esse compromisso. Não há investimentos sem respostas de instituições financeiras e a CPLP não as tem. As outras estruturas internacionais homólogas têm essas estruturas e devemos criá-la", mostrou.
Nas declarações à imprensa, o secretário-geral da UCCLA abordou ainda presidência rotativa da CPLP, que Cabo Verde vai assumir a partir de 01 de janeiro de 2019, considerando ser "extraordinariamente positivo".
A presidência de Cabo Verde será ratificada em Julho, quando o país acolher a cimeira de chefes de Estado e de Governo da CPLP, na ilha do Sal.
Vítor Ramalho disse esperar que durante a cimeira se possa dar um "salto qualitativo" a nível político na CPLP, comunidade que exprime a quarta língua mais falada no mundo, em que os países estão em todos os continentes e outros com boa localização estratégica.
"É muito importante que haja um salto qualitativo de natureza política na CPLP. É mesmo imprescindível a todos os títulos", reforçou o dirigente associativo lusófono.
Para Vítor Ramalho, o salto qualitativo na CPLP significa os países caminharem para a mobilidade dos cidadãos, abolindo limitações que ainda existem ainda, como os vistos.
A cimeira decorrerá sob o lema "Cultura, Pessoas, Oceanos" e deverá ter como uma das discussões políticas centrais a questão da circulação e mobilidade no espaço lusófono.
O secretário-geral da UCCLA disse também que já é altura de a CPLP ter um estatuto do cidadão lusófono, o que já foi aprovado, mas que não entrou em vigor em muitos países.
Sete chefes de Estado, além do anfitrião Cabo Verde, já confirmaram a presença na cimeira da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), agendada para 17 e 18 de julho, na ilha do Sal.