Segundo o INE, as famílias cabo-verdianas apresentaram “uma variação negativa da respectiva capacidade de financiamento, em 50,8%, no ano 2016”.
Já o saldo das sociedades não financeiras, adianta o mesmo relatório do INE, agravou-se, “fixando-se em -14,3% do PIB, em 2016, o que representa um aumento 0,6 p.p., em relação ao ano anterior. Quanto à capacidade de financiamento das sociedades financeiras diminuíram em 0,6% em 2016. A capacidade de financiamento no sector da administração pública, em 2016, cifrou-se em 5.456 milhões de escudos, representando cerca de 3,3% do PIB”.
As sociedades não financeiras, mostra o relatório do INE, representam mais de 50% do total da produção nacional e, quando comparado com 2015, registou-se um aumento de 8,6%. Já o consumo intermédio teve um aumento de “7,5%, contribuindo desta forma para um crescimento robusto do Valor Acrescentado Bruto de 10,2%. As Remunerações dos Empregados cresceram 15,0% em comparação com ano anterior”.
“Quanto a Necessidade de Financiamento, passou de 21.777 milhões de escudos em 2015 para 23.684 milhões de escudos, em 2016, o que representa um aumento de 8,8%”, acrescenta o INE.
Ao nível das Sociedades Financeiras, estas representam 3,9% do total da produção nacional nacional. “Alguns factores como a aceleração da actividade bancária e o aumento dos prémios das seguradoras fizeram com que a produção desse sector aumentasse 6,0% em 2016. O peso do sector na estrutura do VAB nacional representa 4,5%, passando de 6.138 milhões de escudos em 2015 para 6.439 milhões de escudos em 2016, o que representa um crescimento de 4,9%. Apesar de ter aumentado o seu peso na estrutura do VAB nacional a capacidade de financiamento do sector diminuiu em 0,6% face ao ano anterior”.
A Administração Pública nacional produziu menos em 2016, diz o INE. A produção total deste sector sofreu uma retracção de 3,0% “provocada fundamentalmente pela queda da produção mercantil na ordem de 17,8%. Este fenómeno explica-se pela diminuição da produção mercantil da Administração Central e Local em torno de 18,9%, e 7,2% respectivamente”, esclarece o documento publicado hoje pelo Instituto Nacional de Estatística.
As exportações de bens e serviços apresentaram, em 2016, um crescimento mais lento que em 2015. Segundo o INE o crescimento foi de 2,9% quando em 2015 tinha sido de 14,3%. Já as importações registaram um aumento de 5,9% em 2016 contra os 0,2% registados em 2015.
O saldo das operações correntes com o exterior registou um aumento, “passando de 3.242 em 2015 para 5.692 milhões de escudos em 2016, o que representa um crescimento de 75,6%”. Segundo o INE, este crescimento resulta do “aumento do saldo externo de bens e serviços (3.465 milhões de escudos), dos rendimentos de propriedade (799 milhões de escudos), e do aumento das transferências correntes do resto do mundo para a economia nacional (2.633 milhões de escudos) sobretudo das remessas dos emigrantes. Tudo isso, conjugado com o aumento das transferências de capital do resto do mundo para a economia nacional, que passou de 1.884 em 2015 para 1.263 milhões de escudos em 2016, resultou num aumento da capacidade de financiamento do resto do mundo, que passou de 1.358 em 2015 para 4.429 milhões de escudos em 2016”.